Por que o dólar turismo é mais caro do que o comercial e qual é a diferença entre os dois

Casas de câmbio acrescentam o valor dos custos de funcionamento à moeda, além de ser necessário pagar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Também é possível usar cartões de crédito e débito no exterior.

Dólar — Foto: Foto de Karolina Kaboompics

Já se planejou para uma viagem internacional e, ao comprar o dólar, percebeu que o valor da casa de câmbio não é o mesmo daquele anunciado nos noticiários? A razão disso é que existem dois tipos de dólar: o comercial e o de turismo. Veja a seguir as diferenças.

Dólar comercial: essa moeda é usada para importação e exportação em transações entre empresas e não considera a inflação, explica Carla Beni, professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O valor deste dólar varia conforme a demanda dessas empresas, bancos, entre outros. A negociação é feita seguindo o calendário e o relógio norte-americano, ou seja, não funciona fora do horário comercial ou em feriados dos EUA.

Dólar turismo: é a moeda que turistas compram nas casas de câmbio e em bancos. Apesar de usar o dólar comercial como referência, ela sempre será mais cara, uma vez que tem o valor adicional dos custos administrativos da casa de câmbio, por exemplo, aluguel, funcionários e carro-forte. Além disso, há o acréscimo relacionado ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que incide sobre a transação.

Por essa razão, o preço desta moeda varia conforme a casa de câmbio ou ainda por serviços mais diferenciados, como no caso de quem contrata o courier (a entrega do dinheiro em casa).

Ainda assim, é possível encontrar levantamentos de financeiras ou sites de economia apontando uma média do valor do dólar turismo diariamente. A conta é feita a partir de casas de câmbio e bancos selecionados por cada instituição, explica Beni.

Para comprar o dólar turismo, a pessoa irá precisar apresentar um documento e fornecer o CPF. O valor comprado será informado para a Receita Federal.

Cada banco ou casa de câmbio pode estabelecer um limite máximo para venda da moeda, isso porque se trata de algo físico, portanto, caso sejam muitas notas, pode ser que o estabelecimento não tenha em mãos na hora da compra.

Entenda a diferença entre o dólar turismo e o dólar comercial


Só pode levar nota?

Depois de entender qual moeda é a que deve ser comprada para a viagem, é preciso planejar como será feita a aquisição. É possível ainda usar cartões de débito e crédito no exterior. Veja abaixo.

Quando comprar a nota: como a moeda tem muitas variações ao longo de um período, é difícil prever quando ela estará mais barata. Por isso, a professora recomenda comprar as notas de modo fracionado, desde o momento em que a pessoa decide viajar até o dia do embarque.

Vale lembrar que é importante sempre evitar andar com grandes valores em dinheiro impresso, para evitar perdas maiores em assaltos. No hotel, uma possibilidade é sempre deixar o dinheiro guardado no cofre.

Como funciona a fatura do cartão de crédito: cada banco pode ter um sistema próprio para a cobrança dos valores gastos, uma vez que o dólar muda todos os dias. De qualquer forma, o pagamento das compras será feito, em reais, no dia do vencimento da fatura do cartão. E o limite de compra também seguirá o do cartão, em reais.

Para a conversão do valor das compras feitas em dólar para o real, algumas possibilidades adotadas pelas emissoras de cartão são considerar o valor do dólar no dia da compra, o câmbio do dia do fechamento da fatura ou calcular qual foi o valor médio do dólar entre os dias que o cliente realizou compras.

Além disso, cada emissora também pode decidir se vai usar o valor do câmbio comercial ou turismo.

O cartão também terá a incidência de impostos, como IOF.


Como é usar o cartão de débito ou sacar dinheiro: o turista tem a opção de usar contas internacionais para realizar pagamentos e saques em solo estrangeiro.

No Brasil, não é permitido abrir contas em dólar; portanto, os depósitos são feitos em reais, mas, na hora de usar ou sacar, é utilizada a moeda local, explica Beni.

Há ainda a funcionalidade do cartão pré-pago, que é como um cartão de débito internacional. A diferença é que o turista faz o depósito de um valor em real que seja equivalente ao montante em dólar que é desejado. A conversão da moeda é feita no dia do depósito.

Apesar do cartão ser pré-pago, a pessoa precisa abrir conta no banco para tê-lo, diz a professora.

O cliente pode usar em compras e realizar saques com o cartão.

Vale ressaltar que existem taxas que são cobradas para esses tipos de transações, sendo diferentes conforme cada banco. É fundamental consultar as instituições escolhidas antes de efetuar a abertura da conta para entender o custo final.

Com elas, o cliente pode fazer recargas e as conversões de moeda por meio de um aplicativo no celular, a qualquer momento. Também é possível fazer saques em caixas eletrônicos — com uma taxa cobrada pela conveniência. Além disso, é possível solicitar um cartão físico e realizar as compras por aproximação do celular.

A modalidade evita o custo de encargos tributários existentes na utilização de cartão de crédito no exterior e de cartões pré-pagos em moeda internacional.


Fonte: G1


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