De acordo com a Record, o capixaba foi encaminhado para a Polícia Militar para os devidos esclarecimentos. Fellipe deixa a disputa por R$ 1 milhão
Na tarde desta sexta-feira (12), a Justiça determinou que o soldado da Polícia Militar Fellipe fosse preso justamente por estar ausente do trabalho militar. Por este motivo ele foi retirado do programa.
O soldado da Polícia Militar do Espírito Santo Fellipe Pedrosa Leal Villas foi retirado do reality "A Grande Conquista", da Record TV, no início da tarde desta sexta-feira (12) por "infringir normas militares", segundo informações divulgadas pela emissora. De acordo com a Record TV, o capixaba foi encaminhado para a Polícia Militar para os devidos esclarecimentos. AS informação são do Site A Gazeta.
Após informação de que o salário dele havia sido suspenso no dia 29 de maio, Fellipe deixa a disputa pelo prêmio de R$ 1 milhão. O soldado capixaba entrou no programa no dia 22 de abril, data de início do reality. A Grande Conquista deve terminar no próximo dia 18.
Conforme apurado por A Gazeta, o soldado chegou a pedir à corporação para entrar na atração, mas não foi autorizado. De acordo com o Portal da Transparência, Fellipe Villas tirou férias entre abril e maio. Depois disso, como não se apresentou para trabalhar, foram abertos dois procedimentos internos, sendo uma sindicância e um processo por deserção - que avalia a ausência do militar do serviço.
O soldado da PM Fellipe Villas, que participou de um reality da Record TV. (Instagram @fellipevillas)
Em nota enviada à reportagem de A Gazeta na quarta-feira (10), a Polícia Militar garantiu que Fellipe Pedrosa Leal Villas não está recebendo sem trabalhar. Segundo a corporação, o pagamento de Fellipe Villas foi bloqueado.
"O pagamento referente ao mês de junho não foi recebido pelo militar. As informações apresentadas no Portal da Transparência são pelo fato de ter sido gerado o contracheque, contudo foi solicitado ao banco o bloqueio do pagamento, sendo assim o valor foi devolvido para a corporação", diz trecho da nota oficial da Polícia Militar.
A previsão inicial, segundo a PM havia informado na quarta (10), era que Fellipe Villas se apresentasse à corporação após o fim do reality. Conforme publicado pela Record, o soldado foi retirado da disputa e foi levado para a sede da Polícia Militar nesta sexta-feira (12).
A reportagem demandou a Polícia Militar do Espírito Santo para ter mais informações sobre os procedimentos que serão adotados com o soldado. Na tarde desta sexta-feira (12), a Polícia Militar enviou a mesma nota que havia enviado no dia anterior, explicando a situação envolvendo o soldado.
Polícia Militar | Na íntegra
Em nota, a Polícia Militar esclarece que o corte no pagamento ocorreu por fatos anteriores ocorridos. No primeiro momento, o militar solicitou autorização da PMES para participar do programa de televisão da TV Record, denominado "A Grande Conquista". Por ter menos de dez anos de serviço, não houve amparo legal para que tivesse a dispensa concedida pela administração pública.Ocorre que, mesmo sem o amparo legal, o militar ingressou no programa de televisão, que estreou em 22/04/2024. Vale destacar que na data de estreia do programa, o militar estava em seu período de férias regulamentares, iniciado em 15/04/2024 devendo ter retornado ao serviço em 15/05/2024.Já em 15/05/2024, prazo final das férias, estando o militar no programa "A Grande Conquista", exibido diariamente na televisão foi apresentado a administração da Polícia Militar um laudo psiquiátrico do militar que está no reality show, o dispensando por 90 dias, a partir de 15/04/2024, ou seja, concomitante com o início de suas férias.Após completado 30 dias de afastamento, como determina a legislação de saúde, o militar foi convocado para avaliação da sua condição mental, pela Junta Militar de Saúde (JMS), todavia o militar faltou a determinação de comparecimento para realização da referida inspeção de saúde.Em razão da falta injustificada à Junta Militar de Saúde e passado o prazo legal, o soldado Fellipe Pedrosa Leal Villas, encontra-se em estado flagrancial do crime de deserção, previsto no Art. 187, do Código Penal Militar.A suspensão do pagamento, portanto, se deu em decorrência da incidência no crime de deserção por parte do Militar. Desde que restou indeferido o requerimento de licença, que usaria para participar do programa, licença essa que não possuía o direito por não ter dez anos de efetivos serviços na Corporação, vindo o policial militar a adotar a conduta de não se apresentar para o serviço.Assim, conforme previsão legal, houve a medida de suspensão do pagamento, sendo que o referente ao mês de junho não foi recebido pelo militar, embora as informações contidas no Portal da Transparência, pois são inseridas pelo fato de ter sido gerado o contracheque, contudo foi solicitado ao banco o bloqueio do pagamento, sendo assim o valor foi devolvido ao Estado.
A Associação das Praças da Polícia e Bombeiro Militares do Espírito Santo também foi procurada. Em nota, a Aspra-ES informou que, por se tratar de um associado, o soldado Fellipe Pedrosa Leal Villas contará com o pleno apoio jurídico da associação e que a equipe de advogados está à disposição para prestar todo o suporte necessário na defesa.
ASPRA-ES | Na íntegra
A ASPRA-ES - Associação das Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo vem a público esclarecer a situação referente ao soldado capixaba Fellipe Pedrosa Leal Villas, que teve seu salário bloqueado pela corporação em 29 de maio, após iniciar sua participação em um reality show.
A ASPRA-ES informa que, por se tratar de um associado, o soldado Fellipe Pedrosa Leal Villas contará com o pleno apoio jurídico de nossa associação. Nossa equipe de advogados, composta por profissionais altamente qualificados e especializados em direito militar, está à disposição para prestar todo o suporte necessário em sua defesa.
Este apoio inclui a elaboração de defesas administrativas, recursos e, se necessário, a atuação em instâncias judiciais para garantir a proteção integral dos direitos do nosso associado. Desde a fundação da ASPRA-ES, temos nos dedicado a oferecer uma assistência jurídica completa e eficaz a todos os nossos associados. Nosso corpo jurídico é formado por advogados experientes e comprometidos, que possuem um histórico de sucesso em diversas frentes de atuação, especialmente em casos que envolvem a defesa dos direitos de militares estaduais.
A ASPRA-ES se orgulha de sua capacidade de enfrentar desafios legais complexos e de sua determinação em buscar a justiça para seus membros. Reiteramos que estamos acompanhando o caso do soldado Fellipe Pedrosa Leal Villas de perto, avaliando todas as nuances e possíveis implicações legais. Não mediremos esforços para garantir que todas as medidas cabíveis sejam tomadas em defesa de seus direitos. Nosso compromisso é não apenas com a defesa de nosso associado neste caso específico, mas também com a proteção contínua e a promoção dos direitos de todos os nossos membros, assegurando que recebam o tratamento justo e digno que merecem. A ASPRA-ES reafirma seu compromisso de lutar por justiça e pela proteção dos direitos dos nossos associados, oferecendo uma assistência jurídica robusta e dedicada.
Estamos preparados para atuar com firmeza e determinação em todas as esferas necessárias para garantir uma resolução justa e adequada deste caso. Acreditamos que a justiça prevalecerá e que os direitos do soldado Fellipe Pedrosa Leal Villas serão plenamente resguardados. Continuaremos a manter a sociedade informada sobre os desdobramentos deste caso e sobre as ações tomadas em defesa de nosso associado. Agradecemos pela compreensão e o apoio de todos nesse momento.
O que diz o soldado
Horas após a saída do soldado do reality show, uma postagem foi feita na conta dele no Instagram. Um comunicado escrito pela equipe de Fellipe Villas trata a saída como "inesperada" e lembra que a retirada do participante foi motivada por um processo interno na Polícia Militar do Espírito Santo.
Equipe do soldado faz comunicado após saída do reality de TV. (Instagram @fellipevillas)
Da Redação / Com informações de A Gazeta