O Banco Central diz que as cédulas desgastadas geram dificuldades logísticas e também dificultam o reconhecimento de elementos de segurança.
As cédulas da primeira família do real, lançadas há 30 anos, vão parar de circular. Mas ninguém precisa correr para trocar.
"Nota de R$ 1 no comércio está igualzinho aquela música: 'Você sabe o que é caviar, nunca vi nem comi, eu só ouço falar'", brinca um outro comerciante.
É rara, mas existe e vale sim. Depois de 30 anos de circulação, as notas de R$ 1 estão se despedindo do mercado. Mas ninguém precisa sair correndo para trocar nota não. Elas serão substituídas quando forem chegando aos bancos. E não é que no Centro de Belo Horizonte tem uma lanchonete que com uma nota de R$ 1 dá para lanchar pelo menos um salgadinho.
O Banco Central anunciou que a nota de R$ 1 vai sair de circulação de vez, junto com as outras da primeira família do real - que são notas maiores, mais antigas, lançadas em 1994, junto com o Plano Real, durante o governo Itamar Franco. São as de R$ 1, R$ 2, R$ 5, R$ 10, R$ 20, R$ 50 e R$ 100. Mas vão continuar circulando normalmente as notas criadas a partir de 2010. As da segunda família, que são em tamanho menor e com os mesmos valores, com o acréscimo da de R$ 200.
O Banco Central diz que as cédulas desgastadas geram dificuldades logísticas e também dificultam o reconhecimento de elementos de segurança.
Mas, para algumas pessoas, quanto mais velhinha a nota, melhor. O Edson Junior, colecionador de moedas e cédulas, tem só 26 anos, não era nem nascido quando o Plano Real foi lançado. Mas sabe o valor que ele tem hoje.
"Hoje, uma cédula de R$ 1, se ela tiver flor de estampa, que é uma cédula nova, que nunca circulou no comércio, sem detalhes, sem nenhuma dobra, ela é comercializada aí de R$ 30 a R$ 60”, conta.
O ótico Carlos Alberto de Moreira Pena já garantiu a do neto.
"Ele me pediu para ver isso: me dá umas moedas, me dá umas notas. Achei interessante isso. Inclusive, essa nota agora está saindo de circulação. Ela vai ter um valor melhor para ele no futuro. É um pouco investimento”, diz.
O real é um marco da economia do país e já faz parte da história.
"Ela fica aqui na carteira para dar sorte. Dizem que dá sorte”, conta o comerciante Assis Macedo.
Fonte: G1