Maria Clara Adolfo de Souza tinha 21 anos — Foto: Reprodução/Instagram |
Dois homens suspeitos do feminicídio da técnica em enfermagem Maria Clara Adolfo de Souza, que tinha 21 anos e estava grávida, foram presos na quinta-feira (1º). Um deles é um policial militar. Os mandados são de prisão temporária e valem por 30 dias.
O crime aconteceu por volta das 20h50 do dia 24 de julho, na Rua Belo Jardim, que fica no bairro do Socorro, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A vítima foi assassinada a tiros no meio da rua, logo após sair de casa.
Ao g1, o advogado Sérgio Gonçalves, que representa a família de Maria Clara no caso, confirmou que o militar preso é o mesmo que tinha relações com a jovem há três anos e, de acordo com parentes da vítima, era o pai da criança que ela esperava.
O policial preso foi levado para o Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed), localizado em Abreu e Lima, no Grande Recife. O outro rapaz preso foi levado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), que fica no mesmo município.
O policial militar preso vai ser alvo de um processo disciplinar na Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS), de acordo com a Polícia Civil.
"De conhecimento da expedição do mandado de prisão temporária em desfavor do militar, a Corregedoria Geral da SDS [Secretaria de Defesa Social] aguarda a documentação para análise e instauração de processo disciplinar contra o policial", afirmou a polícia, em nota.
Os nomes e as idades dos presos não foram divulgados pela Polícia Civil, que também não informou o local onde aconteceram as prisões. Em nota, a corporação disse apenas que:
- Os dois suspeitos foram presos por policiais civis com o apoio de equipes do 25° Batalhão da Polícia Militar e do Batalhão de Choque;
- Eles foram levados para 2ª Delegacia de Polícia da Mulher, localizada no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes;
- A expedição dos mandados de prisão pela Justiça foi solicitada pela equipe dessa delegacia, com apoio da Coordenação da Força-Tarefa de Homicídios e do setor de Inteligência da Polícia Civil.
Relembre o crime
Maria Clara Adolfo de Souza estava grávida de três meses quando foi morta a tiros na rua em que morava (veja vídeo acima);
De acordo com a família, o pai do bebê não aceitava a gestação;
A mãe da vítima, Simone Kelly, contou à TV Globo que a filha recebeu uma ligação e saiu de casa — logo depois, a família ouviu os tiros;
O corpo da técnica em enfermagem foi encontrado com onze perfurações de bala;
No local do crime, uma cápsula de projétil de 9 milímetros foi encontrada;
O celular de Maria Clara foi levado pelos criminosos;
À polícia, testemunhas contaram que viram dois homens desconhecidos em uma moto na área do crime.
Como denunciar violência contra a mulher
- Em Pernambuco, as denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas através do telefone 180, da Central de Atendimento à Mulher, que funciona 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana e feriados;
- A Polícia Militar pode ser contatada pelo 190, quando o crime estiver acontecendo;
- Também é possível, no Grande Recife, fazer denúncias pelo Disque-Denúncia da Polícia Civil, no número (81) 3421-9595;
- O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também pode ser acionado de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h, através de uma ligação gratuita para o número 0800.281.9455;
- Outra opção é a Ouvidoria da Mulher de Pernambuco, que funciona pelo telefone 0800.281.8187;
- Os endereços e telefones das Delegacias da Mulher podem ser consultados no site do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Fonte: G1