Ex-marido e ex-cunhado são indiciados por morte de Raquel Cattani; jovem levou 30 facadas


Deputado Gilberto Cattani diz que pagou ex-genro por serviço e ele usou dinheiro para encomendar crime

Raquel Cattani, de 26 anos, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), foi morta com 30 facadas em Nova Mutum, em MT (Reprodução/Redes sociais)

A Polícia Civil do Mato Grosso concluiu o inquérito sobre o assassinato da empreendedora Raquel Cattani, de 26 anos, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), que foi encontrada sem vida na casa em que morava, em Nova Mutum. O ex-marido dela, Romero Xavier, e o irmão dele, Rodrigo Xavier, foram indiciados por homicídio triplamente qualificado por feminicídio, promessa de recompensa e emboscada com recurso que dificultou a defesa da vítima. Ambos seguem presos preventivamente.

A conclusão das investigações foram repassadas ao Ministério Público na segunda-feira (5). Agora, o órgão deve decidir se oferece ou não denúncia contra os indiciados.

Segundo a polícia, Romero planejou o crime e o irmão dele matou Raquel. Eles tentaram montar uma cena para parecer que ela foi vítima de um latrocínio, porém, os agentes descobriram que o ex-companheiro não aceitava o término do relacionamento e pagou R$ 4 mil para que Rodrigo cometesse o feminicídio.

O deputado Gilberto Cattani revelou que, no mesmo dia em que a filha foi morta, ele acertou uma dívida que tinha com o ex-genro por conta de uma cerca. Ele acredita que Romero usou esse valor para encomendar o assassinato.

“Eu tinha um acerto para fazer com ele, em dinheiro, e eu fiz no mesmo dia [do crime]. E esse acerto era de R$ 4 mil de uma cerca que ele havia feito para mim. Depois eu soube pela polícia que o acerto com o irmão dele era de R$ 4 mil. Ou seja, pegou meu dinheiro para encomendar o assassinato da minha filha. Eu não tenho palavras para descrever uma pessoa como essa, que nem considero como pessoa”, afirmou o deputado em entrevista à uma TV local.

As defesas dos irmãos não foram encontradas para comentar o assunto.


Sobre o caso

O corpo de Raquel foi encontrado na manhã do último dia 19 de julho, mas a polícia acredita que ela tenha sido morta na noite anterior. Uma perícia realizada na residência apontou sinais de violência, que indicam que a jovem lutou com o autor do crime. Um aparelho de TV estava quebrado, além de outros itens espalhados pelo local.

O celular e uma motocicleta foram levados, mas a polícia diz que isso ocorreu apenas para que a investigação pensasse que se tratava de um latrocínio, que é o roubo seguido de morte, e não um crime passional.

Os investigadores desconfiaram de Romero e Rodrigo depois de encontrar evidências de que a cena do assassinato foi alterada, com o objetivo de dificultar as investigações. Durante a realização da perícia, o ex-marido da vítima chegou a aparecer na casa e foi levado para a delegacia para prestar esclarecimentos. Naquele momento, ele foi ouvido e liberado, mas a polícia continuou desconfiando da postura do homem, que é pai dos dois filhos de Raquel.

Na época, Gilberto Cattani chegou a defender o ex-genro, após os boatos de que ele tinha envolvimento com o crime. “Com o coração partido, mas preciso falar algumas coisas aqui. O marido da Raquel não foi preso, nem confessou crime algum e nem eu matei minha filha como foi noticiado. Tenham, pelo menos, respeito à dor alheia”, escreveu o político.

No entanto, a polícia descobriu que Romero não aceitava o rompimento com Raquel e, assim, decidiu matá-la. O irmão dele, que já tem diversos antecedentes criminais por furtos e outros crimes, foi quem executou o plano e deu 30 facadas na vítima.

“As diligências prosseguiram e, diante da desconfiança de uma cena que poderia ter sido armada, a atenção foi voltada ao ex-marido Romero Xavier, que mantinha comportamento possessivo e não aceitava o término da relação com a vítima”, disse a Polícia Civil de Mato Grosso, em nota.

A prisão da dupla ocorreu no dia 24 de julho, quando Rodrigo acabou confessando que matou Raquel a mando de Romero.

Polícia diz que Romero Xavier (à esquerda) encomendou a morte da ex-mulher, Raquel Cattani, e pagou R$ 4 mil ao irmão, Rodrigo, que executou o crime (Reprodução/Redes sociais)


Fonte: Metrô Word News



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