Pará sobe 20 posições e é o 6º no ranking nacional de educação

Abordagem integrada e colaborativa: investimentos em infraestrutura e benefícios a alunos e servidores impulsionam o desenvolvimento da educação no Par — Foto: Alex Ribeiro / Agência Pará

Saltando da penúltima posição para o 6º lugar no ranking nacional do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em dois anos, o Pará conquistou um marco histórico na avaliação dos estudantes do ensino médio. “Crescemos 1,3 ponto (entre 2021 e 2023). Para se ter uma ideia, o segundo maior crescimento da História do Brasil é 0,7, quase a metade do que o Pará fez”, afirma Rossieli Soares, secretário de Estado de Educação. O Ideb, criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC), é o principal indicador de qualidade do aprendizado e acompanhamento das metas da qualidade de ensino no país.

Para o governador do Pará, Helder Barbalho, o resultado gera motivação, mas também se apresenta como oportunidade para a realização de uma análise mais profunda das escolas das redes estadual e municipal. “Precisamos fazer um diagnóstico escola por escola e entender o que temos de fazer para manter e melhorar ainda mais a quem está lá em cima, e poder puxar quem ficou lá embaixo para a média do estado”, diz

De acordo com os dados do Ideb, as 12 Regiões de Integração do Estado tiveram melhoras nos índices educacionais de suas escolas estaduais. O fortalecimento do ensino público é fruto de uma agenda prioritária da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) nos 144 municípios paraenses que atua em frentes como melhora da qualidade pedagógica, do combate à evasão escolar e da valorização dos servidores nesse setor.

Incentivos à educação

Vinculados à Seduc, os programas Escola que Transforma e Bora Estudar foram sancionados no ano passado pelo governador Helder Barbalho com investimento previsto de aproximadamente R$ 350 milhões. A proposta se diferencia por ser um sistema de bonificação para estudantes e trabalhadores da rede pública paraense.

Pelo Bora Estudar, o melhor estudante de cada turma recebe um auxílio financeiro de R$ 10 mil, por meio do Programa Sua Casa. O objetivo é que esse valor seja usado na compra de materiais de construção para reconstrução e ampliação das residências dos alunos. Segundo o governo, desde maio, R$ 67 milhões já foram investidos nesses benefícios e, no total, 19 mil alunos serão contemplados nos 144 municípios paraenses. “O programa mostra que o melhor é premiado, servindo de exemplo para arrastar os outros para esse movimento, para que todos possam ser os melhores”, aponta Barbalho.

Olhando para a outra ponta, o Escola que Transforma foi pensado como uma estratégia de valorização dos servidores das instituições públicas. A ideia é contemplar com até mais 3,5 salários os profissionais que atuarem no atingimento das metas propostas pela Seduc no Ideb. A abrangência do programa contempla os mais diversos cargos dentro da escola, como merendeiras, vigias, professores, técnicos em educação, técnicos administrativos e operacionais, somando mais de 30 mil funcionários.

“Podemos nos orgulhar de que o Pará tem no ensino médio da rede pública uma das melhores educações do Brasil.”

Helder Barabalho, governador do Pará

Ainda dentro da proposta de valorização dos profissionais, no ano passado, o governo paraense já havia repensado a política de reajuste salarial aos professores e aumentado em 15% o salário inicial dos docentes da rede estadual. Além disso, foram oferecidos cursos de atualização e especialização profissional ao corpo docente.

Outra ação estratégica para reforçar a educação no estado foi a alteração na matriz curricular que ampliou a carga horária da Formação Geral Básica. da rede estadual de 1.800 para 2.400 horas. Além do aumento do tempo de aula de disciplinas como Biologia, História, Química, Física e Geografia, a Seduc passou a garantir a oferta de Língua Inglesa, Educação Física,Filosofia, Sociologia e um novo componente curricular, de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima. Podendo chegar esse novo componente a 1,5 milhão de estudantes da rede pública, uma vez que é obrigatório nas escolas estaduais e, por adesão, nas municipais.

Segundo o Ideb, as 12 Regiões de Integração do Estado obtiveram melhora nos índices educacionais na rede de ensino público estadual — Foto: Pedro Guerreiro/Agência Pará

Estrutura para o aprendizado

Segundo o governo do estado, desde 2019, 147 escolas passaram por obras estruturantes para atender às necessidades de docentes, discentes e servidores da rede estadual, além de receberem investimentos em merenda e transporte.

O estado ainda vem apostando em programas como o Dinheiro na Escola Paraense (Prodep), que dá mais autonomia para os gestores escolares das 898 escolas estaduais para realizar as ações de melhorias. Com a descentralização, a gestão não depende da intervenção da secretaria ou das Diretorias Regionais de Ensino (DRE), agilizando os processos. Somente neste ano, a Seduc repassou mais de R$ 87 milhões para 665 escolas estaduais para o emprego em reformas, manutenção, aquisição de materiais pedagógicos e tecnológicos, robótica e reforço da alimentação. De acordo com a secretaria, os investimentos feitos com o Prodep têm proporcionado melhorias significativas nos níveis de aprendizagem.

Para Barbalho, a soma de todos os esforços empregados na agenda educacional está ref letida nos indicadores do Ideb. “Isso é fruto de um esforço coletivo, de um trabalho de milhares de pessoas, porque todos têm participação direta e indireta nesse resultado”, afirma.

De acordo com o governador, daqui para a frente o estado tem como lição de casa manter o investimento de fortalecimento pedagógico, estímulo de alunos e servidores, redução de evasão e de estratégias transversais para melhorar o ensino, além da construção de um movimento que envolva os municípios. “Estamos no caminho certo para transformar a educação no Pará”, conclui.

Fonte: O Globo


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