Segunda fase da Operação Trash Bag também prendeu líder do tráfico de drogas em Viana.
Além de policial penal, um líder do tráfico de drogas em Viana foi preso durante operação do Ministério Público no Espírito Santo — Foto: Divulgação/Ministério Público do Espírito Santo |
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), prendeu um policial penal chefe de segurança do Presídio de Segurança Máxima de Viana (PSMA-II) e um líder do tráfico de Viana, suspeito de planejar diversos crimes, incluindo um esquema para assassinar um preso rival do traficante dentro da penitenciária.
A segunda fase da "Operação Trash Bag" cumpriu dois mandados de prisão e três de busca e apreensão em Vila Velha e Viana, na Grande Vitória, nesta sexta-feira (9).
O policial penal, que era chefe de segurança do presídio até o mês de julho, foi preso quando saia do trabalho, no Centro de Triagem de Viana.
Já o traficante, conhecido como 'Tuzinho' foi preso, em casa no bairro Nova Bethânia, também em Viana. Ele respondia em liberdade por dois homicídios e teria contratado o policial penal para executar outro traficante.
Na casa do traficante, os policiais descobriram um sistema de monitoramento utilizado para acompanhar os passos dos agentes.
Durante a operação foram apreendidos armas, munições, telefones celulares e notebooks. Na casa do policial, foi apreendido uma granada de uso controlado.
Investigações
Segundo as investigações, o policial penal e o traficante, estavam envolvidos em casos de corrupção passiva e ativa, além da possível existência de uma associação entre um policial penal e integrantes de facções criminosas relacionadas ao tráfico de drogas no município de Viana.
A ação do policial penal seria para ajudar a movimentar o traficante rival de uma cela para outra, para que na nova cela ele pudesse ser assassinado por aliados do 'Tuzinho'.
"Tudo indica no decorrer da apuração que o plano deles era dar cabo a vida de um preso na penitenciária de segurança máxima, que supostamente é rival desse preso na data de hoje. O preso preparou um alçapão que impede o acesso da policia e nós precisamos de usar uma entrada através de escada tática para acessar o segundo andar, onde ele residia. O portão era blindado e no quarto ele tinha uma central de videomonitoramento. No decorrer das buscas, para a nossa surpresa, encontramos uma arma escondida na caixa d'água do vaso sanitário da suíte, arma que beira aproximadamente em R$ 20 mil", explicou o diretor de operação da Polícia Penal, Weleson Vieira.
A ação foi realizada por meio do Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (GETEP), com apoio da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado da Justiça (Seus) e da Polícia Penal do estado.
Parte do material apreendido durante operação do Ministério Público do Espírito Santo que prendeu policial penal — Foto: Divulgação/Ministério Público do Espírito Santo |
A Secretaria da Justiça (Sejus) informou que a operação é conduzida pelo Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (GETEP), do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), com apoio da Subsecretaria de Inteligência Penitenciária (SIP) da Sejus e execução das ações pela Polícia Penal do Espírito Santo (PPES).
Primeira fase
Na primeira fase da operação, realizada no final de julho, um monitor de ressocialização foi denunciado por se aproveitar da função que exercia para facilitar a entrada de celular para um detento na penitenciária onde trabalhava.
O aparelho era utilizado para facilitar a comunicação entre os envolvidos, que planejavam uma fuga da unidade.
O detento era líder do tráfico de drogas em um bairro de Cariacica, e membro do alto escalão da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Penitenciária de Segurança Máxima II, em Viana, Espírito Santo. — Foto: TV Gazeta |
O esquema
Segundo as investigações, o criminoso pagaria ao monitor, a título de adiantamento, o valor de R$ 150 mil e, posteriormente, caso não houvesse êxito na fuga, mais R$ 150 mil. Caso o plano fosse bem-sucedido, o profissional receberia R$ 1 milhão.
Segundo o órgão, o monitor de ressocialização pertencia ao quadro de servidores da Secretaria de Justiça do Espírito Santo (Sejus) e também trabalhava na Penitenciária de Segurança Máxima II (PSMA – II), localizada em Viana, na Região Metropolitana de Vitória.
Além dele, outras duas pessoas foram denunciadas, sendo uma delas o criminoso; a outra pessoa é a mulher que teria comprado o aparelho celular, feito as mediações e os repasses financeiros ao monitor de ressocialização, por meio de laranjas. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
O trio foi denunciado pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, e favorecimento real (por facilitar a entrada de aparelho de comunicação, sem autorização legal, em estabelecimento prisional).
Fonte: G1 ES