Corregedoria decide pela demissão de PM que matou músico durante discussão por causa de barulho

Guilherme Rocha foi morto pelo vizinho PM com um tiro em Vitória. — Foto: Reprodução/Redes sociais

O Conselho de Disciplina da Corregedoria da Polícia Militar do Espírito Santo decidiu pela demissão do soldado Lucas Torrezani de Oliveira, que está preso por atirar e matar o músico Guilherme Rocha, em abril de 2023, num condomínio em Vitória. O soldado ainda pode recorrer da decisão.

O crime aconteceu na madrugada do dia 17 de abril de 2023 e a ação foi filmada, mostrando inclusive o momento em que o policial militar atirou no vizinho. Lucas atirou em Guilherme após a vítima reclamar do som alto em frente ao seu apartamento, dentro do condomínio em que os dois moravam no bairro Jardim Camburi.

A Polícia Militar informou que a solução do conselho foi pela demissão do policial militar. No entanto, para a efetivação, ainda deve haver a homologação por parte do Comando Geral.

O policial ainda pode apresentar recurso administrativo contra a decisão. Enquanto isso, permanece preso no presídio militar localizado no Quartel Geral, até que ocorra o trânsito em julgado administrativo.

A esposa do Guilherme Rocha, Janaina Morais, foi avisada sobre a decisão pelo seu advogado, neste domingo (22), e se emocionou.

"Chorei quando tive a confirmação, uma mistura de felicidade e início de alívio por saber que tudo que estamos lutando para conseguirmos está sendo almejado. Conversei com meus sogros - pais do Guilherme -, e tiveram a mesma reação que eu, felizes pela Justiça estar sendo feita", comentou.

O soldado Lucas Torezani de Oliveira terá 15 dias para apresentar recurso administrativo contra a solução relativa ao conselho de disciplina. A homologação por parte do Comando Geral só poderá ocorrer após a devida análise dos recursos administrativos, quando se der o trânsito em julgado administrativo.

Os advogados foram procurados pela reportagem nesta segunda-feira (23). Felipe Faccim, que representa o militar na esfera do processo administrativo, disse que "até a presente data (23/09) não foi intimado e nem teve acesso ao conteúdo da decisão. Após ser intimado e com a devida ciência da decisão referida, esta será analisada e será tomada as medidas pertinentes cabíveis ao caso", disse.

O crime

Na madrugada do crime, após a vítima pedir por três vezes para que Lucas Torrezani, Jordan Ribeiro de Oliveira e um terceiro amigo que estava no local diminuíssem o barulho, uma discussão aconteceu.

Durante a briga, Jordan deu um empurrão em Guilherme que o fez perder o equilíbrio, sem chance de se defender.

Na sequência, o disparo foi feito por Lucas, e não esboçou nenhuma reação, continuou segurando a arma, deu um gole na bebida e apenas assistiu à agonia de Guilherme no chão.
2 de 7 Janela da cozinha onde Guilherme Rocha morava era ao lado do local onde Lucas Torrezani estava com os amigos na madrugada do crime. Espírito Santo — Foto: TV Gazeta

Janela da cozinha onde Guilherme Rocha morava era ao lado do local onde Lucas Torrezani estava com os amigos na madrugada do crime. Espírito Santo — Foto: TV Gazeta

Um ano após a morte do marido, a esposa Janaína Morais contou ao g1 que estava na janela da cozinha e ouviu toda a discussão.

“Eu gritava e implorava pra ele não fazer nada, quando vi que o Lucas estava armado. O Guilherme tava de bermuda, sem camisa, colocou as mãos para trás”, lembrou.

Soldado da PM, Lucas Torrezani, de 28 anos, matou vizinho com tiro em condomínio de Vitória — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Fonte: G1


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