ES deve adotar restrição de uso de água devido à falta de chuva


Já são cerca de 90 dias sem precipitações significativas. O cronograma de redução deve envolver, inicialmente, os grandes setores como indústrias e agricultura

Seca reduz volume de água e forma "ilhas" de areia no Rio Doce em Linhares.

O Espírito Santo tem considerado os indicadores de seca e deve adotar, até a próxima semana, um cronograma de restrição do uso de água para os chamados grandes setores, como agricultura e indústrias. A informação foi divulgada pelo diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio Ahnert, durante entrevista à jornalista Fernanda Queiroz, da Rádio CBN Vitória. Segundo ele, o Estado vive uma "nova realidade" e tem convivido com um volume cada vez menor de chuva — já são aproximadamente 90 dias sem volume significativo de precipitações.

As instituições ligadas ao Governo do Estado, como a Agerh, ainda estudam a porcentagem que cada setor, como a indústria e a agricultura, deve reduzir no consumo de água. No ano passado, por exemplo, a redução variou entre 20% e 30%. A restrição do uso não significa, porém, que haverá racionamento em cidades do Espírito Santo.

A restrição antecede o racionamento. Esta medida é justamente para evitar isso. Quando há o esforço de cada setor, provavelmente não precisamos racionar

Fábio Ahnert•Diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos

O cenário não é exclusividade do Espírito Santo. Minas Gerais também vive um panorama parecido, o que afeta diretamente a vazão do Rio Doce e do Rio São Mateus. No território capixaba inclusive, a Agerh entende que há classificações diferentes. Municípios do Norte têm enfrentado uma seca mais grave em comparação às cidades da Grande Vitória e da região Sul.

"É um quadro de intensificação e agravamento da seca. Tivemos a consolidação do monitor de seca. Os índices apontam severidade em algumas cidades, inclusive. As perdas menores estão na região Sul, e as maiores estão na região Norte, onde há maior preocupação", explica.

De acordo com Fábio Ahnert, o que chama atenção é o período do ano em que a seca tem se agravado. Segundo ele, a seca é um panorama esperado e já enfrentado nos últimos anos. Acontece que a falta de chuva, com baixa umidade do ar e temperaturas mais altas é um conjunto de condições esperado apenas para o fim do ano, depois do mês de setembro.


Além da seca, queimadas

Se não bastasse a falta de chuva, o Estado tem convivido com o aumento das queimadas. De acordo com números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foram registrados, até segunda-feira (9), 425 focos de incêndio. O número é maior que o dobro (127%) do registrado no mesmo período do ano passado.

Devido ao aumento das queimadas, o governador Renato Casagrande (PSB) decretou situação de emergência no Espírito Santo.


Fonte: A Gazeta



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