Segundo o Incaper, para os próximos seis meses, a previsão sugere uma possível recuperação gradual das chuvas, especialmente a partir de outubro
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória
O fenômeno meteorológico La Niña, que tem como principal característica o resfriamento anormal das águas do oceano pacífico sul, pode trazer mais chuvas durante a primavera no Espírito Santo. A estação começa em 22 de setembro.
Segundo informações do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), para os próximos seis meses, a previsão sugere uma possível recuperação gradual das chuvas, especialmente a partir de outubro.
Entretanto, é destacado que o aumento de precipitação pode não ser suficiente para reverter o déficit hídrico no curto prazo, principalmente no norte do Estado.
"Além disso, as temperaturas deverão permanecer elevadas, o que contribui para a alta evaporação da água", descreve o Incaper.
Ainda segundo o órgão, nos próximos 15 dias, o Estado deve enfrentar acumulados de chuva modestos, entre 10 e 20 mm, concentrados no litoral norte.
"A evapotranspiração seguirá alta, com perdas de até 80 mm, agravando o déficit hídrico, que pode atingir até 70 mm em algumas regiões", narra o instituto.
“Espírito Santo enfrenta cenário climático desafiador”, diz Incaper
O Incaper descreve que o Espírito Santo enfrenta um cenário climático desafiador em 2024, marcado pelo agravamento da seca e pelo aumento expressivo dos focos de queimadas.
Durante os meses de janeiro e agosto, a precipitação no Estado oscilou, com chuvas abaixo da média predominando desde março, o que intensificou o déficit hídrico em várias regiões.
"A evapotranspiração elevada, principalmente nos meses de abril e maio, agravou ainda mais a situação, resultando em um desequilíbrio hídrico acentuado".
Segundo dados do Monitor de Secas, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), 91,5% da área do Estado está em situação de seca moderada, abrangendo 71 municípios.
A condição é resultado de chuvas abaixo da média desde abril, associadas a temperaturas acima do normal, que aumentaram a evapotranspiração e agravaram o déficit hídrico, especialmente nas regiões norte e centro-sul.
"As previsões indicam um possível agravamento das condições até a chegada das chuvas, que, embora esperadas a partir de meados de outubro, podem não ser suficientes para reverter o déficit hídrico", finaliza o órgão.
Fonte: Folha Vitória