Justiça condena a 94 anos de prisão trio acusado de matar e carbonizar empresário em 'golpe do amor'


Polícia concluiu que grupo usou fotos de uma pessoa dos Estados Unidos para montar perfil falso no Tinder e atrair a vítima. Câmeras registraram acusados comprando gasolina e isqueiro na noite do crime, em setembro de 2023.

Foto usada em perfil falso para atrair vítimas (à esquerda); (à direita) um dos acusados comprando gasolina em posto — Foto: Reprodução

A Justiça de São Paulo condenou em primeira instância a 94 anos de prisão, em penas somadas, três homens acusados de envolvimento na morte de um empresário em 19 de setembro de 2023 com o “golpe do Tinder”, na Zona Norte em São Paulo.

Leandro Matos (32 anos de detenção), Vinicius Souza (31 anos e quatro meses) e Paulo Felipe Alves da Silva (31 anos e quatro meses) foram apontados como culpados por associação criminosa e latrocínio, quando há o roubo seguido de morte. O g1 não localizou a defesa do trio até a última atualização desta reportagem.

Segundo a sentença de 23 de agosto deste ano, na noite do crime, por volta das 20h20, no bairro da Brasilândia, na Zona Norte, os criminosos armados roubaram o carro da vítima e a mantiveram em cárcere antes de matá-la com um tiro.

Os três, e outros comparsas não identificados, usaram um perfil falso para aplicar o crime que é conhecido como “golpe do amor”, que é quando a vítima é atraída para um falso encontro. Neste caso, a foto usada era de uma pessoa dos Estados Unidos com rede social aberta, apontou a polícia.

O g1 apurou que a Polícia Civil concluiu que os criminosos criaram no Tinder um perfil em nome de Jonnas e marcaram com a vítima o encontro se passando por um homem.

Foto de dinheiro encontrada em aparelhos apreendidos pela polícia — Foto: Reprodução

O empresário, segundo a sentença, foi agredido, ameaçado e colocado no banco de trás, enquanto os assaltantes assumiram a direção do veículo.

A vítima teria sido baleada em uma zona de mata da Brasilândia. Na sequência, os acusados compraram gasolina em um posto de combustíveis e isqueiro em uma adega para atear fogo no veículo com o corpo. Tudo foi registrado por câmeras.

Durante as investigações, também foram recolhidas imagens da vítima saindo de casa, do suposto local do encontro amoroso e do trajeto dos condenados. Pelos registros, segundo a apuração da polícia, a vítima saiu de casa por volta das 19h45 e foi para a região da Brasilândia.

As prisões foram cumpridas em 28 de setembro e em 19 de outubro de 2023 e em 7 de fevereiro deste ano. O corpo foi identificado por meio da arcada dentária.

A investigação analisou celulares apreendidos do grupo e verificou conteúdos relacionados ao golpe do amor, com mais de 100 números bloqueados. Ao menos 13 vítimas do grupo conseguiram formalizar boletins de ocorrência e narraram a violência do bando.

O Ministério Público, pelo promotor Cláudio Henrique Giannini, tentar reverter a absolvição dos acusados pelo crime de destruição de cadáver.

Fonte: G1 SP




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