Mais um grupo é identificado por furtos em carros em áreas nobres de Vitória


Um deles está preso e outros dois foram indiciados; com a divulgação do caso, polícia espera que vítimas compareçam para buscar objetos apreendidos, como bolsas de grife

Um homem de 34 anos foi preso por quebrar janelas de carros para furtar itens que estavam dentro dos veículos. Apesar de ser o único na cadeia no momento, Rodrigo Zani Pinheiro não agia sozinho. Junto do sobrinho, Pedro Lucas Assis Zani, 20, e do irmão, Leonardo Zani, 42, ele é suspeito de realizar diversos crimes desse tipo em bairros nobres de Vitória. É mais um grupo investigado por mirar automóveis nessas regiões da Capital, assim como outra quadrilha, que teve seis integrantes identificados no mês passado.

A prisão de Rodrigo ocorreu no dia 23 de agosto, realizada pela Guarda Civil Municipal. Em um dos vídeos do crime (confira acima) é possível ver o suspeito dirigindo um carro preto no bairro Santa Luiza, em Vitória. Em seguida, ele estaciona e um outro homem, que não foi identificado pela polícia, sai, quebra o vidro do carro e pega os objetos.

Os outros dois integrantes da associação criminosa não estão presos, mas também foram indiciados e respondem em liberdade. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (5).


Como eles agiam

O grupo atuava sempre da mesma maneira. Com uma chave de fenda, eles quebravam as janelas dos automóveis estacionados para subtrair bolsas, canetas de marca, copos térmicos e outros objetos. O valor dos produtos encontrados com os criminosos chega a pelo menos R$ 50 mil.

“Fora aquilo que a gente não consegue recuperar, que já foi repassado. Por exemplo, os pertences que estavam dentro dessas bolsas. Que pertences eram esses? A gente não consegue nem imaginar o prejuízo nesse sentido também”, enfatizou o delegado Diego Bermond, titular do 3º Distrito Policial de Vitória.

Rodrigo Zani Pinheiro, 34, Pedro Lucas Assis Zani, 20, Leonardo Zani,42, (da direito para a esquerda) agiam juntos em furtos a carros. (Polícia Civil)

A Polícia Militar informou que os alvos eram sempre de bairros como Enseada do Suá, Jardim da Penha, Bento Ferreira e Jardim Camburi. Cada um dos familiares tinha uma função dentro do esquema: Rodrigo e Pedro realizavam os furtos, enquanto Leonardo repassava os produtos.

“Investigamos por seis meses. Após a prisão do Rodrigo e a condução do sobrinho, pedimos mandado de busca e apreensão para a casa do Leonardo em Colina de Laranjeiras. Em um quarto tinham várias caixas com bolsas. Ele disse que as bolsas tinham sido adquiridas pela ex-esposa dele em bazares, o que não fez sentido no ponto de vista da investigação”, detalhou o delegado.

A participação do receptador foi descoberta devido ao cerco eletrônico. As gravações das câmeras de segurança estadual pegaram as interações entre os irmãos.

“O Rodrigo foi adquirir a moto usada em um dos crimes e o Leonardo que intermediava a motocicleta. Pelo cerco identificamos que todo dia, por volta das 23h30, batia no cerco eletrônico estadual ele [Rodrigo] chegando no condomínio do Leonardo”, completou o delegado.


Trio atuava roubando carros em bairros nobres em Vitória.(Vinicius Collini)

O trio não é o único a furtar objetos de dentro de carros parados em regiões consideradas nobres. Outra associação criminosa, que também é de Itararé, foi desarticulada em julho deste ano. Eles utilizavam um dispositivo para destravar os veículos.

No momento, somente Rodrigo continua preso preventivamente por três furtos qualificados e associação criminosa. Já Pedro e Leonardo, apesar de estarem em liberdade, também foram indiciados pelos mesmos crimes.


Planejamento

Para a polícia, o crime era totalmente planejado. Isso porque, conforme Bermond, dentro do veículo usado pelo grupo para cometer os crimes foram encontrados carregadores portáteis e garrafinhas de água.

“Eles usavam para ficar diligenciando a noite toda fazendo crimes. As garrafinhas, que pretendemos identificar os donos, eram inclusive de uma marca que custa R$ 300”, explicou o titular do 3º Distrito Policial de Vitória.

Com a divulgação da prisão, a corporação pede que outras vítimas compareçam para fazer o boletim de ocorrência e buscar os produtos. "Esperamos que as vítimas tragam a nota fiscal para devolvermos. Identificamos três vítimas, mas sabemos que o número é muito maior, já que é um grupo especializado", afirmou o delegado.

Fonte: A Gazeta





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