Queijo de 3,5 mil anos: cientistas encontram o kefir mais antigo do mundo

Múmia de mulher do cemitério de Xiaohe, na Bacia de Tarim — Foto: Wenying Li, Xinjiang Institute of Cultural Relics and Archaeology

Pesquisadores encontraram o kefir mais antigo do mundo ao lado de corpos mumificados que datam de cerca de 2.000 a.C. a 200 d.C., apontou um estudo publicado pela editora científica norte-americana Cell Press, em 25 de setembro.

🧀 Mas o que é Kefir? É um alimento probiótico (que contêm microrganismos vivos) feito de pequenos grãos formados por lactobacilos, fungos e bactérias, cultivados em leite ou água.

A descoberta do queijo de aproximadamente 3,5 mil anos aconteceu após especialistas terminarem de sequenciar o DNA de uma substância estranha espalhada pelo pescoço e cabeça das múmias. Eles encontraram registros genéticos de vaca e cabra, indicando que o leite de ambos os animais foi usado na fabricação do queijo antigo.

Os corpos, enterradas em caixões no meio de um deserto árido, começaram a ser analisados por volta de 1990.

A pesquisa divulgada pelo Cell Press também apontou uma nova rota do kefir. O que anteriormente se afirmava que o alimento surgiu em Caucaso e foi para a Europa; agora, existe a possibilidade de que o alimento também passou pela área da Bacia de Tarim, na região chinesa de Xinjiang, onde as múmias foram encontradas.

"Como parte da cultura humana, a história da fermentação do leite é uma parte indispensável para entender o passado humano e seus impactos no estilo de vida dos humanos atuais", escreveram os pesquisadores no novo estudo.

Cemitério de Xiaohe, onde foram encontradas as Múmias de Tarim — Foto: Wenying Li, Xinjiang Institute of Cultural Relics and Archaeology

Em 2021, descobriu-se que essas múmias eram descendentes de um grupo indígena asiático. A atividade agropastoril dessa população incluía gado, ovelhas e cabras, trigo, cevada e painço.

“Reconstruir as origens das múmias da Bacia do Tarim teve um efeito transformador em nossa compreensão da região, e continuaremos o estudo de genomas humanos antigos em outras eras para obter uma compreensão mais profunda da história da migração humana nas estepes da Eurásia”, afirmou Yinquiu Cui, autor sênior do estudo e professor da Escola de Ciências da Vida da Universidade de Jilin, à época.

Fonte: G1


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