Alzheimer: molécula que pode fixar memória perdida é descoberta por brasileiros


Este estudo brasileiro sobre Alzheimer descobriu a molécula que pode ajudar a fixar a memória perdida pelos pacientes. Ele foi realizado por pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro. - Foto: Freepik

Descoberta incrível sobre o Alzheimer! Uma molécula capaz de fixar a memória perdida por pacientes com a doença foi descoberta por cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A molécula, que possibilita que os neurônios possam gravar de novo um aprendizado esquecido com o avanço da doença, chama-se HNK (hidroxinorketamina). Os primeiros testes foram realizados com animais e os resultados são promissores e animadores.

“Se tiver êxito em seres humanos, e acreditamos que há motivos para otimismo para isso, uma droga a base da HNK poderia fazer com que os pacientes não se esquecessem mais coisas básicas, como o nome de parentes e amigos e o endereço da própria casa”, disse Sergio Ferreira, professor titular da UFRJ e um dos autores do estudo, em entrevista ao O Globo.


Esquecimento no Alzheimer

O Alzheimer ataca diretamente proteínas necessárias à comunicação entre os neurônios no cérebro. Se essas proteínas ficam comprometidas, uma pessoa não consegue guardar os fatos que aprendeu.

Segundo Sergio, sem a síntese de proteínas, uma pessoa pode esquecer o que aprendeu em até duas horas.

Em alguns casos, é normal que pacientes se recordem de fatos antigos, antes da doença, mas não daqueles ocorridos depois da chegada do Alzheimer.

E a novidade está na HNK, molécula que, segundo os pesquisadores, pode ajudar contra esse quadro.

Com os neurônios recuperando a capacidade de consolidar a memória novamente, os pacientes poderiam aprender alguma ação, dessa vez, sem que ela se perca no futuro.

A partir disso, a memória seria fixada e coisas como nome de pessoas próximas, endereços, entre outros, não seriam mais esquecidos pelo paciente.


Possível novo remédio

Remédios como o donanemabe, que já estão no mercado, atuam sobre as placas beta-amiloide associadas à doença e podem retardar o quadro em até 30%.

De acordo com o grupo, uma droga com HNK seria diferente de medicamentos que atuam na prevenção da doença. Aqui, o objetivo é tratar os danos já causados pela doença.

A HNK não é um anestésico e nem causa dependência ou alucinações, ela é produzida pelo próprio corpo.

Para Mychael Lourenço, da Bioquímica Médica da UFRJ, e também coautor do estudo, a HNK traz avanços.

“Restaurar as sinapses, a comunicação entre as células, pode ser melhor do que apenas bloquear as placas”, explicou.


Coquetéis de remédios contra Alzheimer

O Alzheimer é uma doença silenciosa. As placas beta-amiloide podem se acumular no cérebro de uma pessoa por anos sem que ela descubra.

Nesse sentido, Sergio acredita que, no futuro, o tratamento contra a doença não será com apenas um remédio.

“É uma doença complexa, com várias causas e envolvida em diferentes mecanismos no cérebro. Penso que haverá tratamento. Mas ele não será baseado num só remédio”, enfatizou.

Fonte: Só notícia boa





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