Eleições 2024: 155 milhões de brasileiros vão às urnas neste domingo; saiba tudo sobre o pleito


Mais de 460 mil candidatos disputam a preferência do eleitorado em 5,5 mil municípios brasileiros. Confira o horário da votação, o que é proibido fazer neste domingo e relembre como foi a campanha.



Neste domingo (6), mais de 155 milhões de eleitores estão aptos a ir às urnas para eleger candidatos a vereador, prefeito e vice-prefeito em aproximadamente 5,5 mil municípios brasileiros. É o primeiro turno da eleição municipal.

Nesta reportagem será apresentado um guia com tudo que o eleitor precisa saber (clique em cada link para seguir o conteúdo):



👩🏽👨🏻‍🦱Ao todo, 463 mil candidatos disputam a preferência do eleitorado, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Esta será a primeira vez que todas as cidades vão iniciar e encerrar a votação ao mesmo tempo. Por exemplo: no horário oficial de Brasília, a eleição vai começar às 8h e terminar às 17h.

A disputa para prefeito pode ser estendida para o segundo turno em 103 municípios brasileiros.

Tratam-se de cidades com mais de 200 mil eleitores registrados, onde a eleição pode ser decidida em uma segunda etapa, caso nenhum dos candidatos alcance a maioria absoluta de votos nesta primeira fase.

Veja detalhes:


1. O que é proibido no dia da eleição?

A legislação eleitoral proíbe que eleitores ou candidatos causem algum tipo de desordem que atrapalhe os trabalhos eleitorais, tentem impedir alguém de votar ou atuem para induzir o voto em determinado candidato ou partido.

Também não é autorizado fazer boca de urna, espalhar santinhos, usar alto-falantes, fazer comício ou carreata e divulgar propaganda de políticos e candidatos. A pena para esses crimes é de seis meses a um ano.

Além disso, não é permitido prender ou deter um eleitor, um integrante da equipe que trabalha na votação, um representante de partido ou candidato.


Outras práticas que a lei proíbe para o dia do registro do voto:

❌ promover concentração de eleitores no dia da eleição, para de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto. A punição é de prisão de quatro a seis anos;
❌ aumentar preços de produtos e serviços necessários à realização de eleições, como alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de matéria eleitoral. A pena é de multa;
❌ ocultar, sonegar, tornar exclusivo ou recusar no dia da eleição o fornecimento de produtos e alimentação. A pena é de multa;
❌ intervir no trabalho das seções de votação uma autoridade que não seja o presidente da mesa ou o juiz eleitoral. A pena é de prisão até seis meses;
❌ não seguir a ordem de preferência da votação de eleitores. Pela lei eleitoral, alguns grupos têm prioridade na votação, como idosos, gestantes, pessoas com deficiência. Se o mesário não segue esta ordem, está sujeito à punição. A punição é multa;
❌ votar ou tentar votar mais de uma vez, ou no lugar de outra pessoa. A pena é de prisão por até três anos;
❌ violar ou tentar violar o sigilo do voto. Como levar o celular pra cabine de votação, tentar tirar foto da urna, ou algo semelhante. A pena é de prisão até dois anos;
❌ transporte particular de grupos de eleitores. A pena é de quatro a seis anos de prisão.


2. Qual o horário de votação?

⏰As seções eleitorais funcionam das 8h às 17h, no horário de Brasília.

Por conta do fuso horário, haverá mudanças em algumas localidades. Veja como ficam os horários de abertura e fechamento das seções nesses casos:
  • Acre: das 6 às 15h
  • Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima: das 7h às 16h
  • Amazonas: Em 11 cidades, que seguem o horário do Acre, a votação será das 6h às 15h. Em outras 51, a abertura das seções será das 7h às 16h.
Por conta da votação eletrônica, o processo de apuração costuma ser relativamente rápido. Os primeiros resultados são esperados a partir das 19h, também do horário de Brasília.


3. O que levar para votar?

✅Documento oficial com foto (veja abaixo a lista dos documentos permitidos);
✅O título de eleitor não é obrigatório (entenda abaixo), mas você pode levá-lo para verificar sua sessão eleitoral;
✅Uma "colinha" — anotação, pessoal e individual, dos números dos candidatos em que pretende votar. Ela precisa ser em papel.


✖️O eleitor não vai poder entrar na cabine de votação com o celular.


A Justiça Eleitoral aceita os seguintes documentos (em papel ou digitais):
  • E-Título (com foto);
  • carteira de identidade, identidade social, passaporte ou outro documento de valor legal equivalente, inclusive carteira de categoria profissional reconhecida por lei;
  • certificado de reservista;
  • carteira de trabalho, e
  • carteira nacional de habilitação.
Estes documentos podem ser aceitos mesmo que fora da validade, desde que seja possível comprovar a identidade do eleitor.

✖️Não são aceitas a certidão de nascimento e a certidão de casamento como prova de identidade no momento da votação.

Quem perdeu o título de eleitor pode votar — o documento não é obrigatório.

A pessoa pode consultar o local de votação na página do Tribunal Superior Eleitoral, no aplicativo e-Título ou no cartório eleitoral. O importante é levar, no dia da votação, um documento de identificação com foto.


4. Não vai poder votar? Veja como justificar o voto

O eleitor que não puder votar em outubro pode apresentar sua justificativa para a Justiça Eleitoral em até 60 dias após a eleição.

Neste caso, cada turno é considerado isoladamente. Ou seja, haverá prazos separados para justificar as ausências do primeiro e segundo turnos. Quem não puder comparecer às urnas nos dois turnos terá de justificar duas vezes.

Para quem faltar ao primeiro turno, a justificativa pode ser feita até o dia 5 de dezembro deste ano. Para os faltosos no segundo turno, o prazo termina em 7 de janeiro de 2025.


5. Candidatos por raça e gênero

Entre os 460 mil candidatos disputando as eleições, 93% são postulantes ao cargo de vereador, enquanto 3,3% buscam uma vaga como prefeitos e 3,4% como vice-prefeitos.

A maior parte dos candidatos é do gênero masculino, 304,3 mil (65,6%). Outras 158,9 mil são mulheres (34,3%). Entre eles, 45.793 disputam a reeleição.
O percentual de candidatos negros (soma de pretos e pardos) registrados este ano é o maior das últimas três campanhas: 52,73%.


6. Como foi a campanha?

Ao longo das últimas semanas, a campanha eleitoral dominou discussões na sociedade e o noticiário político.

Há uma grande expectativa não só para conhecer os prefeitos e vereadores que estarão à frente das cidades a partir de 2025. A campanha municipal pode dar o tom do que são as principais tendências políticas no Brasil no momento e o que podem ser recados para as eleições de 2026.

A campanha de maior repercussão foi a de São Paulo, maior cidade do país e onde, a um dia do pleito, três candidatos estavam empatados tecnicamente nas pesquisas: Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB) e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).

Um episódio marcou a eleição paulistana: a "cadeirada" do candidato José Luiz Datena (PSDB) contra Pablo Marçal (PRTB), durante um debate.

Outros episódios de violência eleitoral foram registrados pelo país, o que levou a ministra Cármen Lúcia a conclamar campanhas e candidatos a se respeitarem e respeitarem a sociedade.

Em termos de balanços de forças políticas, muito se falou, antes das eleições, que a campanha iria refletir, por meio dos candidatos municipais, a disputa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com a colunista Daniela Lima, não foi isso que aconteceu. As campanhas tiveram lógica local e refletiram poderes dos candidatos locais.

Lula optou por pouco participar das campanhas de aliados, e investiu em viagens oficiais ao exterior nas últimas semanas. O petista argumentou que, como chefe do Planalto, "tem muitas tarefas".

Bolsonaro foi mais ativo. Ele fez um giro por diversos palanques ao redor do país, anunciou a volta das tradicionais "lives" e promoveu carreatas ao lado de apadrinhados políticos. Mas também não foi um nome que chegou a ofuscar os candidatos locais ou a ditar os temas da campanha.

Em Brasília, o Congresso Nacional ficou esvaziado enquanto os parlamentares voltaram o foco para acompanhar os pleitos nos próprios redutos eleitorais.

Os calendários também foram alterados para evitar que os congressistas se envolvessem em projetos "polêmicos".

A política no Congresso ficou praticamente interrompida, à espera do cenário que vai surgir após os pleitos municipais.

Só após os resultados das urnas será possível dizer quais grupos sairão mais fortes ou mais fracos.

Fonte: G1 





Postagem Anterior Próxima Postagem