Falsa biomédica é indiciada por homicídio após morte de modelo


Segundo a delegada, crime era investigado inicialmente como lesão corporal, no entanto, houve a mudança de tipificação


Após três meses de investigação, a Polícia Civil de Goiás concluiu o inquérito sobre a morte da influencer brasiliense Aline Maria Ferreira, de 33 anos. A empresária Grazielly da Silva Barbosa foi indiciada por homicídio com dolo eventual. Ela é dona da clínica de estética Ame-se, na capital goiana, onde a modelo fez um procedimento para aumentar o bumbum.

Em coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira (3/10), a delegada Débora Melo informou que a perícia encontrou PMMA no corpo da influencer. Além disso, foi comprovado que Grazielly realizou o atendimento de Aline em situação de privação de sono e após uso de substâncias psicotrópicas.

“Na noite anterior ao antendimento da Aline, registros no celular da investigada mostram que ela estava em uma festa e ficou acordada até as 7h. Ela começou a conversar com a Aline às 10h. Ela não dormiu”, destacou a delegada.

O atendimento de Aline teria durado apenas 20 minutos. Ela morreu em 2 de julho deste ano, cerca de 9 dias após a realização dos procedimentos com Grazielly.


Interferência no atendimento

De acordo com a delegada, logo após o atendimento, a influencer retornou a Brasília. No dia seguinte, ela começou a passar mal e apresentar intercorrências como dores e febre.

Segundo Débora, a influenciadora entrou em contato com Grazielly e foi convencida a não procurar o hospital. “A Aline só foi ao hospital três dias depois, e essa demora custou a sua vida”, explicou Débora Melo.

No hospital, Aline recebeu a visita de Grazielly, que interferiu no atendimento aplicando uma injeção anticoagulante na paciente, sem autorização dos médicos, da família e sem conhecimento técnico para tal, já que ela não era biomédica, como se apresentava.

Conforme explicação da investigadora do caso, a dona da clínica não tinha nenhuma formação acadêmica na área da medicina e fez apenas cursos livres sobre estética, que não são aprovados pelo MEC. A mulher atuava de forma ilegal desde 2019.


Indiciada

Grazielly, presa em flagrante em 3 de julho, segue em prisão domiciliar. Segundo a investigadora, ela foi indiciada pelos seguintes crimes:

* Homicídio com dolo eventual
* Exercício ilegal da medicina
* Execução de serviço de alta periculosidade
* Falsificação de produto farmacêutico
* Indução do consumidor ao erro

Agora, de acordo com Débora, os inquéritos foram remetidos ao Judiciário e caberá ao Ministério Público de Goiás a mudança de tipificação do crime ou não.


Fonte: Metrópoles



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