Pais adotam bike elétrica para levar filhos na escola e fugir do trânsito


Trajetos que, de carro, são feitos em uma hora, com as elétricas são feitos em minutos por pais que buscam mobilidade e economia no trânsito da Grande Vitória

Opção para fuga do trânsito, economia de tempo e também de combustível. Essas são algumas das vantagens do uso de bikes elétricas, que vêm ganhando cada vez mais espaço na Grande Vitória.

Muitos adeptos, inclusive, deixam o carro em casa para levar as crianças para a escola. Caso do Vitor Eugênio, morador do bairro Praia do Suá, em Vitória, que usa a bike elétrica para deixar e buscar os filhos Lucca e Maria Luíza em uma escola no Forte São João, também na Capital, fazendo um trajeto diário de seis quilômetros, somando ida e volta. Para ele, que usa esse meio de transporte há três anos, o hábito torna o trajeto mais leve no dia a dia e também dá alívio para o bolso.

“Já rodei quase cinco mil quilômetros com a bicicleta nesses três anos e economizo cerca de um tanque de combustível por mês. Eu trago as crianças na escola [de manhã], busco no final do dia e tenho ainda a economia de tempo, porque, no horário do rush, o trânsito sempre está muito fechado”, diz Vitor. Ele explica que, com a bicicleta, faz o trajeto em 20 minutos. Já de carro, com o trânsito intenso, demora cerca de uma hora.

As vantagens também são vistas por Luciano Rios, que, diferentemente de Vitor, sai de outra cidade para deixar a filha na escola. Morador da Praia da Costa, em Vila Velha, Luciano cruza cerca de 16 quilômetros diariamente para deixar e buscar a menina no colégio.

“É muito rápido e ela [a bicicleta] serve para ir para vários lugares. Ajuda muito a gente no transporte. Às vezes, o carro fica com a minha esposa e, ainda assim, eu tenho uma bicicleta para levar a Sara (filha) para o médico, para a escola e para passear”, exemplifica.

Usuários adotam bike elétrica para levar filhos até a escola na Grande Vitória. (Vitor Jubini)


Vantagens são aparentes, mas nem tudo são flores

Mesmo com as vantagens, os usuários ainda encaram desafios no dia a dia. Para Vitor e Luciano, pedestres e motoristas ainda precisam se adaptar ao trânsito das bicicletas elétricas.

“Minha filha costumava vir pedalando sozinha, e eu não estou deixando mais porque, toda seman,a tem uma grade derrubada [...] por causa de carros que invadiram a ciclovia”, sinaliza Vitor, fazendo referência a acidentes onde veículos maiores acabam invadindo o espaço para ciclistas.

“Alguma medida tem que ser feita para que carros não invadam a ciclovia. A gente não vê com muita frequência acidentes de carros invadindo calçada, mas invadindo ciclovia é quase toda semana”, complementa.

Para Tarcísio Bahia, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o uso de bicicletas elétricas é benéfico para a saúde humana e também para o desenvolvimento das cidades.

Essas bicicletas são mais rápidas, não emitem poluentes e ainda têm a funcionalidade de deixar o usuário pedalar, mesmo que não seja o mesmo esforço das bicicletas tradicionais. As elétricas chegam como uma alternativa à evolução da bicicleta comum, trazendo mais conforto e a agilidade que as pessoas precisam

Tarcísio Bahia•Professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Ufes

“Quando falo dos poluentes, cito os poluentes no ar e também a poluição sonora. Diferentemente de uma moto, a bicicleta elétrica é silenciosa, e é comprovado que uma pessoa que mora em uma via muito barulhenta tem pioras na saúde. Logo, a bicicleta elétrica também colabora com a diminuição da ‘barulheira’ das cidades.”

Apesar de ainda não ser uma opção tão acessível para a maioria dos brasileiros por seus valores que variam na casa dos R$ 3,5 mil a R$ 12 mil, a depender do modelo, as bicicletas elétricas estão se popularizando e logo vão tomar cada vez mais espaço nas cidades, como afirma Tarcísio.

“É interessante que as cidades se preparem para isso e que haja um processo de fiscalização e reeducação das pessoas para que o aumento da presença das bicicletas elétricas nas ruas não gere desconforto para ninguém: usuários, motoristas e pedestres”, finaliza.

Cuidados durante o uso das bikes elétricas

Usuários adotam bike elétrica para levar filhos até a escola na Grande Vitória. (Vitor Jubini)

Segundo a resolução 996 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), as bicicletas elétricas são veículos de propulsão humana, com duas rodas e que não podem dispor de acelerador ou de qualquer outro dispositivo variador de potência. Elas não precisam de registro e emplacamento e também dispensam habilitação. Segundo o órgão, as bikes podem contar com uma função que permite o condutor ativar o motor elétrico, sem pedalar, tendo um limite de velocidade de até 6 km/h onde há circulação de pedestres.

Em ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, devem respeitar os limites estabelecidos pela via e devem contar com indicador de velocidade, campainha, sinalização noturna dianteira, traseira e lateral, pneus em condição de segurança e espelho retrovisor pelo menos do lado esquerdo.


Fonte: A Gazeta



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