Kléber Aran Ferreira da Silva é acusado pelo MP-BA de abusos físicos, psicológicos e financeiros; denúncias partiram de relatos de vítimas à Ouvidoria do CNMP
Foto: Reprodução/Redes Sociais |
O Ministério Público da Bahia (MP-BA), através da 1ª Promotoria de Justiça de Direitos Humanos de Salvador e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apresentou uma denúncia contra o líder religioso Kléber Aran Ferreira da Silva.
A investigação foi desencadeada após o projeto “Justiceiras”, dedicado à proteção dos direitos das mulheres, encaminhar relatos de abusos à Ouvidoria do Conselho Nacional do Ministério Público.
Relatos colhidos desde setembro de 2020 apontam que o acusado, conhecido como médium e líder do templo Amor Supremo em Salvador, conduzia supostos rituais espirituais que serviriam, segundo o MP, para satisfazer seus “desejos libertinos”.
Durante as investigações, as vítimas entregaram arquivos de áudio que revelariam estratégias de manipulação usadas por Aran para submeter as mulheres a abusos físicos, psicológicos e espirituais.
De acordo com o MP-BA, o suspeito atraía as vítimas criando uma atmosfera de confiança e convencendo-as de que suas ações tinham bases espirituais, uma técnica que buscava tornar as mulheres “guardãs do Cristal”.
“Essas práticas incluíam humilhações, subserviência e violência psicológica, com graves impactos à integridade física e emocional das vítimas”, detalhou o órgão.
A operação de busca e apreensão, batizada de “Operação Cristal”, foi realizada em abril de 2021 para reunir mais evidências dos crimes alegados.
Na época, o líder religioso negou as acusações, afirmando que eram infundadas. Apesar disso, ele continuou promovendo cursos de “crescimento pessoal” através da internet, em que se apresenta como médium e terapeuta holístico.
As vítimas relataram que Aran ameaçava sua integridade para garantir o silêncio, utilizando ainda uma postura supostamente religiosa.
Nas redes sociais, ele se intitula “maior paranormal da América do Sul” e oferece cursos que, segundo ele, prometem despertar habilidades intuitivas e promover o crescimento pessoal.
As investigações do MP-BA buscam responsabilizar o acusado pelos danos impostos às vítimas e pela violação de sua confiança e segurança emocional.
Fonte: Vale do Itaunas