Menino sofreu queimaduras de segundo grau e segue internado no hospital; após receber alta, bebê será encaminhado para uma casa de acolhimento
Mãe do bebê ferido foi levada para delegacia, onde acabou autuada por tortura. (Ricardo Medeiros)
Uma mulher de 32 anos foi presa suspeita de queimar com água quente os pés do próprio filho, um bebê de apenas 6 meses, na noite de quarta-feira (20). O caso foi descoberto após a criança dar entrada no Pronto Atendimento de Flexal II, em Cariacica, com ferimentos de segundo grau. Pela gravidade, ele precisou ser transferido para o Hospital Infantil, em Vitória. O Conselho Tutelar foi acionado e, no fim das contas, a mãe do menino foi autuada em flagrante por tortura.
De acordo com Marcos Paulo Fonseca, conselheiro tutelar que atendeu o caso, logo que o bebê deu entrada na primeira unidade de saúde já foi identificada suposta negligência e maus-tratos, por isso o órgão foi acionado. Quando conversaram com a mãe, ela apresentou versões contraditórias sobre quem teria causado as queimaduras.
"Ela disse que o bebê estava com uma cuidadora. Perguntamos o nome, ela disse não sabia. Depois, lembrou. Após uns 10 minutos, perguntei novamente e ela falou que não lembrava mais. Pedi então o contato e o endereço dessa cuidadora, ela afirmou que não sabia", detalhou o conselheiro tutelar.
A Polícia Militar foi acionada e a mulher foi levada para a delegacia. De acordo com apuração do repórter Caíque Verli, da TV Gazeta, ela foi levada para a Delegacia Regional de Cariacica e autuada em flagrante pelo crime de "tortura qualificada praticada contra uma criança sob sua guarda, causando intenso sofrimento físico ou mental como forma de castigo pessoal, com agravante de pena por se tratar de um crime cometido contra criança".
Na manhã desta quinta-feira (21), ela foi encaminhada a um presídio. O nome da suspeita não está sendo divulgado para preservar a identidade da criança. Ainda segundo o Conselho Tutelar de Cariacica, o menino segue internado no hospital e, após receber alta, será encaminhado para casa de acolhimento.
Histórico de maus-tratos
Essa não foi a primeira vez que o bebê deu entrada em uma unidade de saúde com ferimentos suspeitos. Em junho deste ano, quando tinha apenas um mês, ele teve uma lesão no fêmur. À época, a mãe o levou para o hospital, mas, quando descobriu que ele precisaria fazer uma cirurgia, fugiu do local com a criança.
"O Conselho Tutelar foi acionado e solicitou que ela levasse a criança de imediato para o hospital, então ela voltou e aplicamos a advertência, que é uma medida administrativa. Desde essa situação, foi expedido um mandado de acolhimento institucional", explicou o conselheiro.
Fonte: A Gazeta