Notas de dólar — Foto: Roslan Rahman/AFP
O dólar amanheceu em alta, mas os economistas estão mais preocupados com o futuro da economia americana. Em dois pontos básicos e quem explica é o economista Márcio Garcia, professor da PUC do Rio .
—Confirmada a vitória do Trump, aquele cenário de tarifas mais altas vai se confirmar ou deve se confirmar e com isso você vai ter mais inflação. Por outro lado, o programa fiscal dele contém um enorme aumento do déficit público, tanto pelo lado de expansão fiscal quanto, no caso dele, pelo corte de impostos dos mais ricos, achando que isso vai trazer mais crescimento, o que já se provou errado no passado. Isso também implica mais inflação. Isso vai forçar o Fed a parar de cair juros ou fazer os juros caírem mais lentamente ou eventualmente até voltar a subir juros dependendo qual for a reação da inflação. Tudo isso implica em dólar forte.
Isso em qualquer economia levaria ao contrário, déficit subindo e inflação subindo, derrubaria a moeda, mas como Márcio Garcia explica, o dólar é a moeda de reserva.
—A lógica de que a moeda cai se há um risco fiscal muito grande que pode fazer a dívida tornar-se insustentável se aplica universalmente. Mas os Estados Unidos têm a moeda de reserva, então consequentemente ninguém está pensando nisso a curto prazo. Pelo menos os mercados não estão precificando isso como se diz no jargão. É a lógica de tem mais impulso fiscal, tem mais inflação, juros mais altos, dólar mais forte, commodities em baixa. Isso é um cenário que para nós é muito ruim.
Fonte: CNN Brasil