A motivação do crime hediondo seria uma dívida que ele não estava conseguindo pagar, confessou o assassino
Com uma frieza assustadora, um homem confessou durante interrogatório da polícia, os detalhes de como matou o próprio irmão. O crime aconteceu na zona rural de Montanha, município do Norte do ES. O depoimento foi gravado e a confissão é chocante.
O homem identificado como José de Jesus, assassinou o irmão porque esse foi lhe cobrar uma dívida de R$2.300. Ele detalha que esperou o irmão, Antônio de Jesus, dormir antes de pegar o machado. Segundo seu relato, ele ficou observando o irmão por algum tempo, refletindo se o mataria ou não, mas devido a dívida e fato que ele não conseguiria pagar, o levaram a desferir o golpe no irmão. O golpe teria sido dado com a parte de trás do machado, no pescoço de Antônio. Não se sabe, quando o crime ocorreu, já que ele incinerou o corpo do irmão.
Após o assassinato, o homem ateou fogo no corpo do irmão, mantendo as chamas acesas até que o cadáver fosse completamente consumido pelo fogo.
O suspeito foi preso nessa quinta-feira, dia 28, quando o crime foi descoberto. No vídeo gravado por policiais, José confessa e narra os detalhes do crime.
De camisa azul, o suspeito José de Jesus, ao centro o local onde o corpo foi queimado até se desfazer, e do lado direito, a vítima Antônio de Jesus. Crédito: Reprodução
O Crime
De acordo com a Polícia Militar, familiares de Antônio procuraram a Delegacia de Montanha nessa quinta-feira (28) para informar que ele havia saído de casa, em Cristal do Norte, interior de Pedro Canário, no dia 20 de novembro. Antônio partiu a bordo de sua motocicleta, com o propósito de receber uma dívida de seu irmão, José de Jesus, na zona rural de Montanha. O desaparecimento já havia sido registrado, pois Antônio não retornou e não deu notícias.
Os familiares estranharam que, no dia seguinte ao desaparecimento, José de Jesus foi até Cristal do Norte, na casa de Antônio, e recolheu diversos pertences, como uma botija de gás, uma TV de 42 polegadas e um ventilador. Ele afirmou que Antônio teria decidido permanecer em Montanha e lhe pedido para buscar os objetos. Apesar de tentarem contato com Antônio, não obtiveram resposta, o que aumentou as suspeitas e levou ao registro da ocorrência de desaparecimento.
Enquanto os familiares estavam na delegacia, José de Jesus chegou ao local alegando querer registrar o desaparecimento de Antônio, pois estaria sendo pressionado pelos parentes. Questionado sobre o paradeiro do irmão, José afirmou que a última vez que o viu foi no dia 21 de novembro. Segundo ele, Antônio teria saído para pescar e, por volta das 18h, montado em sua moto e seguido em direção a Montanha, de onde supostamente iria para Cristal do Norte. Depois disso, ele disse não ter mais notícias.
Diante dessas informações, um investigador analisou imagens das câmeras de monitoramento das vias de acesso à cidade, mas em nenhum momento foi registrada a passagem de Antônio ou de sua motocicleta. Com as informações conflitantes, as equipes decidiram ir à propriedade rural de José de Jesus. Confrontado, ele confessou ter tirado a vida do irmão.
José relatou que Antônio esteve em sua casa e, após discutirem sobre a dívida, ele sugeriu que o irmão dormisse para retomarem a conversa no dia seguinte. Porém, na madrugada do dia 21 de novembro, aproveitando que Antônio estava deitado, José o golpeou com um machado. Após o ataque, ele enrolou o corpo em colchões, jogou-o em um buraco e ateou fogo, mantendo as chamas acesas durante todo o dia para eliminar quaisquer vestígios.
Com base no depoimento, as equipes foram ao local indicado por José e encontraram os restos mortais de Antônio. Os bens subtraídos foram recuperados, e José de Jesus foi conduzido à Delegacia de Nova Venécia para os procedimentos cabíveis.
A Polícia Civil informou que o suspeito, de 55 anos, conduzido à Delegacia de Polícia (DP) de Montanha, foi autuado em flagrante por latrocínio e ocultação de cadáver. Após os procedimentos de praxe, ele foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória. A ossada foi encaminhada para a Seção Regional de Medicina Legal (SML), da Polícia Científica, em Linhares, para ser submetida a exame de necrópsia.