Comer muita carne vermelha processada pode aumentar o risco de demência

Bacon — Foto: Freepik

Comer bacon, cachorro-quente e outras carnes vermelhas processadas com frequência pode aumentar em até 13% o risco de ter demência, afirma novo estudo realizado por pesquisadores do Brigham and Women's Hospital.

As descobertas são significativas, principalmente porque a carne vermelha processada continua sendo predominante na dieta média das pessoas — entre 63% e 74% das pessoas na América do Norte comem esses alimentos diariamente, estimam especialistas.

“Essas descobertas se baseiam em nosso entendimento existente, fornecendo mais evidências de que o maior consumo de carne vermelha — especialmente o consumo de carne vermelha processada — está associado a um maior risco de declínio cognitivo e risco de demência”, disse a autora principal do estudo Yuhan Li, assistente de pesquisa na Divisão Channing de Medicina de Rede do Brigham and Women's Hospital.

Para o estudo, Li e seus colegas examinaram dados de 133.771 profissionais de saúde. Os participantes tinham 49 anos em média, cerca de 65% eram mulheres e não tinham demência quando o estudo começou.

Para determinar suas dietas gerais, os pesquisadores deram aos participantes questionários examinando seu consumo de vários itens alimentares a cada dois a quatro anos. Itens como bacon, mortadela, cachorro-quente, salame e salsichas, entre outros, foram considerados "carne vermelha processada". Carne bovina, hambúrguer, cordeiro e porco foram considerados opções de carne vermelha não processada.

Uma porção de carne vermelha foi definida com cerca de 90 gramas e os participantes foram separados em três grupos com base em seu consumo médio. Como resultado, os cientistas descobriram que aqueles que tinham um alto consumo das carnes processadas tinham um risco 13% maior de desenvolver demência em comparação ao grupo de baixo consumo.

Além disso, qualquer tipo de carne vermelha pareceu aumentar o risco dessas preocupações: os participantes que relataram comer pelo menos uma porção de carne vermelha não processada diariamente tiveram um risco 16% maior de relatar declínio cognitivo subjetivo.

Segundo Li, isso ocorre por conta das substâncias nocivas frequentemente encontradas nesses produtos. Nitratos são usados para curar carnes, dando a esses produtos sua cor e sabor distinto. No entanto, eles podem ser prejudiciais à saúde humana.

“Nitratos, compostos N-nitrosos, sódio e subprodutos potencialmente prejudiciais — essas substâncias contribuem para mecanismos que envolvem estresse oxidativo, inflamação e resistência à insulina”, afirmou a pesquisadora.

As altas quantidades de gorduras saturadas, sódio e nitratos encontradas em bacon, cachorro-quente, mortadela e outros produtos os tornam ultraprocessados. Estes tipos de alimentos têm sido associados ao declínio cognitivo, bem como a um maior risco de doenças cardiovasculares, certos tipos de câncer e mortalidade geral.

“É importante entender que muitos desses alimentos ultraprocessados são ricos em calorias e fornecem poucos nutrientes benéficos, como fibras, vitaminas, minerais e gorduras saudáveis para o coração”, disse a nutricionista Amber Pankonin.

Mesmo quando a carne vermelha não é processada, ela ainda não é totalmente considerada saudável. De acordo com o National Cancer Institute, carne vermelha como carne bovina, cordeiro e porco foram associadas a um risco aumentado de câncer colorretal, de próstata e de pâncreas.

Fonte: Extra


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