Como o Santos pode ganhar com provável volta de Neymar: ‘Daria algo que Ronaldo deu ao Corinthians’


Jogador de impacto mundial, atacante é um ‘canhão de audiência’ e ‘máquina de fazer dinheiro’, dizem especialistas; atleta tem acordo com o time paulista e busca rescindir contrato com o Al-Hilal

Neymar tem acordo com o Santos e busca rescindir contrato com o Al-Hilal Foto: Werther Santana/Estadão

A provável volta de Neymar ao Santos pode trazer retorno esportivo, é claro, e também elevar as finanças do clube, que vê no astro a oportunidade de fortalecer a sua marca a partir da imagem de um jogador de impacto global e com forte identificação com o time que o revelou para o futebol há 16 anos.

“Neymar é um canhão de audiência, além de sua qualidade técnica para jogar, uma vez que ainda é jovem”, diz Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

“Com certeza vejo somente pontos positivos para a liga e os clubes, e o atleta tem que saber como quer se portar e o que almeja nesta etapa da carreira, pois se estiver focado e motivado, ainda tem muito a entregar para o esporte mundial”, acrescenta.

Thiago Freitas, diretor de operações da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana que gerencia a carreira de centenas de atletas, compara o provável retorno de Neymar ao Santos com algumas das maiores contratações da história do futebol brasileiro. As partidas do time da Vila Belmiro, considera ele, seriam mais vistas nos estádios e pela televisão - e não só pelos santistas.

“Neymar daria ao Santos algo que Romário deu ao Flamengo, e Ronaldo ao Corinthians, quando retornaram ao Brasil. Seus jogos pelo País deixariam de ser jogos de uma equipe local contra o Santos, mas um evento no qual a atração principal é ver Neymar”, avalia, citando a transferência do Fenômeno para o Corinthians em 2009 e a do Baixinho do Barcelona ao Flamengo em 1995. Ronaldo foi repatriado pelo time alvinegro à época com 32 anos, a mesma idade de Neymar hoje.

“Em campo, Neymar, penso, seria relevante o suficiente para que o Santos desse passos maiores do que uma equipe geralmente dá após um acesso, chegando a nossa primeira divisão. Ele aceleraria a recolocação do Santos em um patamar que se não é o da disputa de todos os títulos, de segurança contra uma nova queda, sem dúvida”, complementa Freitas.

Um time em quase insolvência financeira nos últimos anos, o Santos faz projeções financeiras melhores para 2025 após o retorno á Série A, com previsão de arrecadar pouco mais de R$ 400 milhões neste ano. Mas ainda encara profundos problemas orçamentários e prevê déficit de R$ 89,5 milhões.

Por isso, um atleta de relevância global como Neymar pode ajudar a melhorar a saúde financeira, trazendo, por exemplo, mais patrocinadores e turbinando a venda de camisas e produtos licenciados da equipe, além de permitir a elaboração de ações nas redes sociais envolvendo o atleta, um dos mais seguidos no Instagram mundialmente: 227 milhões.

“Neymar é um jogador fora de série e uma máquina de fazer dinheiro. Logo, caso o Santos o contrate e ele esteja em boa forma física, o clube terá grandes oportunidades dentro e fora do campo”, resume Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e e responsável pela captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

O desejo é mútuo, as duas partes se entenderam. O problema é que Neymar está empregado. Tem contrato com o Al-Hilal e, para ser ser jogador do Santos neste momento, precisa se desvincular do time árabe que pagou 90 milhões de euros para tirá-lo do PSG e que paga mensalmente, de salário, 13 milhões de euros - cerca de R$ 80 milhões ao jogador.

O atacante deseja regressar ao Santos para, em resumo, “ser feliz”, segundo contaram ao Estadão pessoas próximas do atleta. Ele planeja jogar mais vezes, o que não tem conseguido no Al-Hilal, que nem o inscreveu no Campeonato Saudita, e ser novamente convocado à seleção brasileira.

Neymar disputou 225 partidas com a camisa do Santos. Entre 2009 e 2013, foram 136 gols, 64 assistências e seis títulos: três do Paulistão (2010, 2011 e 2012), um da Copa do Brasil (2010), um da Copa Libertadores (2011) e um da Recopa Sul-Americana (2012).

Fonte: Estadão




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