Família faz apelo por informações sobre capixaba desaparecida em Paris


Jéssica Carla Silva, de 33 anos, teria tido uma crise de ansiedade em um hotel de Paris e, depois disso, sido expulsa de lá. Família perdeu o contato com ela na quarta-feira (15)

Jessica Carla da Silva, 33, desapareceu durante uma viagem a Paris . (Acervo pessoal)

A família da engenheira ambiental capixaba Jéssica Carla da Silva, 33 anos, busca informações sobre o paradeiro dela, que desapareceu durante uma viagem em Paris, na França. Segundo familiares e amigos, o último contato com a mulher foi no dia 15 de janeiro em uma mensagem de texto enviada a uma tia.

Dois dias antes, Jéssica relatou a essa tia que sofreu assédio de funcionários de um hotel na capital francesa e, depois do episódio, foi expulsa do local.

Segundo os familiares, Jéssica morava em Lisboa, Portugal, também na Europa, há quase cinco anos para estudar. Lá, ela concluiu uma pós graduação e iniciou, recentemente, um doutorado. No Brasil, ela era moradora de Cariacica, na Grande Vitória.

De acordo com Alessandro Lima dos Santos, irmão de Jéssica, a engenheira sempre foi cuidadosa e mantinha contato frequente com a família. "Ela ligava todos os dias. Nunca ficava tanto tempo sem dar notícias", contou Alessandro. A mãe deles enfrenta problemas de saúde e é acamada.

O irmão também relatou que pedia para que ela retornasse para o Brasil e que tinha medo que ela permanecesse na Europa.

A tia Aparecida Silva disse que Jéssica é uma menina reservada e que se dedicava muito ao trabalho acadêmico. Recentemente, no entanto, a tia disse que sobrinha andava frustrada por se sentir pressionada no doutorado e por não conseguir uma colocação no mercado de trabalho europeu.


Hotel em Paris expulsou brasileira

Aparecida Silva disse que a engenheira embarcou para uma viagem a Paris no dia 7 de janeiro.

Durante a viagem, segundo a tia, Jéssica mandava para tia links para rastreamento da localização e informações sobre carros de aplicativo que ela usava. Na capital francesa, ela se hospedou no hotel St Christopher's Inn Paris - Gare du Nord.

Antes do retorno, no domingo (12), ela teria tido uma crise de ansiedade e ligado aos prantos para a tia. Jéssica não conseguiu embarcar no voo de volta a Portugal e a tia recomendou que ela retornasse ao hotel. Na segunda-feira (13), a engenheira teria tido outra crise de ansiedade no hotel e precisou de atendimento médico.

No entanto, durante esse atendimento, ela fez uma chamada de vídeo para a tia Aparecida, afirmando que estava sendo assediada pelos paramédicos.

"Ela me ligou de vídeo e dava para ver os paramédicos no vídeo. Ela dizia que eles queriam ver o pescoço dela, que estavam assediando ela", contou Aparecida.

Mais tarde, no mesmo dia, a Aparecida foi informada que funcionários do hotel chamaram a polícia e a expulsaram do hotel.

Na terça-feira (14), ela chegou a dizer que já havia encontrado outro lugar para ficar, mas, no dia seguinte, quarta-feira (15), ninguém consegue mais fazer contato com ela. A família tentou entrar em contato com o hotel St Christopher's Inn para ter mais informações, mas o hotel afirma não saber de nada.

"Dizem que desde o episódio problemático que ela teve lá tiveram de chamar a polícia e, depois disso, dizem que não sabem de mais nada, uma vez que não a autorizaram a ficar lá de novo desde o check out. Não têm mais informações sobre o paradeiro dela e sugerem contatar a polícia ou os hospitais", contou a tia.


Episódios de ansiedade

Familiares revelaram que Jéssica vinha enfrentando dificuldades emocionais desde o início do doutorado, agravadas pela pressão de não conseguir um emprego na área de formação. Segundo a tia, Maria Aparecida, que vive em Portugal, ela havia iniciado tratamento para ansiedade.

A família tem mobilizado redes sociais e amigos na Europa para localizar Jéssica. Eles já buscaram informações em hospitais e com autoridades francesas, mas até o momento não houve avanços.

"A maior angústia é não saber o que aconteceu. Contamos com a solidariedade de todos para encontrá-la", desabafou o irmão Alessandro.

A reportahem entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores mas, até o momento da publicação, não houve um retorno.


Fonte: A Gazeta



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