Maior inundação da história da Terra aconteceu há cinco milhões de anos

Imagem feita com inteligência Artificial. Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital/DALL-E

A Terra passou por uma série de grandes eventos naturais, sendo muitos deles desconhecidos da ciência, que moldaram o nosso planeta como o conhecemos hoje. Um deles teria acontecido há cerca de cinco milhões de anos.

Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, anunciaram a descoberta de evidências de que o Mar Mediterrâneo sofreu uma “mega inundação“. Isso teria encerrando um longo período no qual que local era uma vasta extensão de salinas, onde a água do mar seca e o sal é produzido.

Inundação colossal mudou paisagem da região
  • O entendimento atual é que o período de seca na região havia terminado gradualmente, com o Mediterrâneo voltando a ser preenchido pela água ao longo de um período de 10 mil anos.
  • No entanto, um novo estudo desafia esta hipótese ao apresentar evidências de um canal de erosão que se estende do Golfo de Cádiz até o Mar de Alboran.
  • Isso indicaria um único e massivo evento de inundação, com um fluxo equivalente a um milhão de metros cúbicos por segundo.
  • De acordo com os cientistas, o evento, chamado de Megadilúvio Zancleano, foi muito maior do que qualquer outra inundação conhecida na história da Terra.
  • A força deste fenômeno foi tão grande que, na época, o Mar Mediterrâneo ficou isolado do Oceano Atlântico e evaporou.
  • Este cenário resultou na criação de diversos depósitos de sal que remodelaram a paisagem da região.
  • As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Nature Communications Earth & Environment.

Fenômeno deixou marcas na região do Mediterrâneo (Imagem: PeterHermesFurian/iStock)

Água teria atingido velocidade de até 32 metros por segundo

As conclusões foram apresentadas após o uso de dados de reflexão sísmica. Este é um tipo de ultrassom geológico que permite aos cientistas ver camadas de rochas e sedimentos abaixo da superfície. Foi assim que eles descobriram um canal em forma da letra W, a leste do Estreito da Sicília, na atual Itália.

Este estreito forma uma ponte de terra submersa que antigamente separava as bacias ocidental e oriental do Mediterrâneo. No local, foram analisadas mais de 300 cristas, que apresentaram uma composição compatível com a erosão causada por fluxo de água turbulento em larga escala, com direção predominantemente a nordeste.

A partir deste ponto, a equipe desenvolveu modelos de computador para simular como a água pode ter se comportado. Os cientistas sugerem que inundação teria mudado de direção e crescido em intensidade com o passar do tempo. A água pode ter atingido uma velocidade de até 32 metros por segundo, escavando canais mais profundos, erodindo cada vez mais material e transportando-o por distâncias maiores.

Simulação mostra local onde foram encontrados vestígios da inundação (Imagem: Nature Communications Earth & Environment)

Fonte: Olhar Digital


Postagem Anterior Próxima Postagem