Joaquim, de 3 anos, é alérgico à picada de pernilongos, mas, dessa vez, a reação foi tanta que assustou a mãe. "Em menos de 24 horas, viraram hematomas e, em 48, intensificaram para bolhas", conta Adriana Souza, de Brasília (DF). Entenda
"Meu coração fica tão apertado", escreveu a mãe, a psicóloga Adriana Souza, de Brasília (DF), na legenda de uma publicação compartilhada nas redes sociais. As imagens mostram a evolução da alergia do filho, Joaquim, de 3 anos, à picada de mosquito. Em apenas três dias, foram quase 3 milhões de visualizações e milhares de comentários. "Meu Deus! Nunca tinha visto isso!", espantou-se uma seguidora. "Meu Jesus! Deve coçar demais", disse mais uma.
As imagens impressionaram os internautas — Foto: Reprodução/Instagram
À CRESCER, Adriana contou que o filho, que tem síndrome de Down, passou a ter alergia à picada de pernilongo há aproximadamente um ano, mas não com essa gravidade. "Dessa vez, em menos de 24 horas, viraram hematomas e, em 48, intensificaram para bolhas", explicou. Agora, felizmente, o menino já passou na pediatra, iniciou um tratamento e está bem melhor. "As bolhas já secaram e os hematomas diminuíram", afirma a mãe.
Ela contou ainda que, o intuito da postagem, era trocar informações e práticas que funcionaram para outras famílias — claro, sempre tomando cuidado com a questão da automedicação. "É muito bonito ver como as mães se identificam no cuidado com os filhos e querem colaborar umas com as outras. A partir do post, descobri muitos outros tratamentos que posso buscar para o Joaquim, então me ajudou muito e pode ter ajudado também outras mães. É uma situação realmente muito alarmante! Mas, claro, algumas pessoas, mesmo sem entender a situação, também criticaram, mas isso faz parte das redes sociais", disse ela.
Alergia à picada de mosquito
A alergista e imunologista pediátrica Vera Esteves Vagnozzi Rullo, Departamento Científico de Alergia e Imunologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), explica que a reação à picada de inseto pode ser de vários tipos — "pequena, a mais comum, que acontece somente no local, coça, mas desaparece em pouco tempo; grande local, como parece ser o caso de Joaquim, com muito vermelhidão, inchaço, muita coceira, que pode chegar a 10 centímetros; e a reação sistêmica, que é a mais temida. Nesse caso, ocorre uma reação grave com vergões na pele, placas muito vermelhas, que coçam muito e migram de um lado para o outro. Ainda pode inchar boca e olhos, as crianças podem perder os sentidos, ter chiado no peito, ficarem roucas... Essa reação importante é a chamada anafilática, que precisa de atendimento imediato no hospital", esclarece.
Segundo elas, formas de prevenção, além do uso de repelentes próprios para cada faixa etária, envolve a colocação de telas em portas, janelas e berços, e isolar as portas. "Também entra na forma de prevenção para crianças que vão fazer acampamentos, viajar para sítios e fazendas, é colocar permetrina [um composto sintético utilizado em inseticidas, repelentes e acaricidas] nas roupas, que ajuda a prevenir a aproximação de insetos", explica.
Em caso de reações, o tratamento vai depender conforme a gravidade e a idade do pequeno. "Muitas vezes, as picadas são próximas à região da boca, inchando e atrapalhando a criança até para se alimentar. Nesse caso, entre em contato com o pediatra para uma avaliação e o melhor tratamento", orienta. A médica também chama atenção em relação à coceira. "A picada coça muito e a unha é cheia de bactérias, é comum que infecte, podendo causar casos graves. Então, sempre consulte o pediatra para alternativas que ajudem a aliviar os sintomas", finalizou.
Fonte: Revista Crescer