‘Não era meu sonho, mas foi a oportunidade que tive’: ela mata barata e cupim e fatura R$ 4 milhões


A paulistana Michelle Falciano teve uma infância simples o que a ajudou a pensar num negócio com o pé no chão e a empreender com o que foi possível: a Termipest Descupinizadora

Natural de São Paulo, Michelle Falciano começou a trabalhar cedo, na região de Interlagos, na zona sul da capital paulista. O primeiro registro em carteira foi aos 14 anos - única vez em que foi CLT na vida. Era um escritório na área de administração de empresas. Ficou por lá até os 20, quando decidiu empreender, no setor de controle de pragas. Hoje, 23 anos depois, a Termipest Descupinizadora fatura R$ 4 milhões por ano. Conheça mais detalhes da história dela a seguir.

“Eu nunca me considerei uma pessoa sonhadora. Eu tinha uma realidade simples quando criança. Nunca passei fome, mas tudo sempre foi no limite. E eu tinha a vontade de conseguir seguir dessa forma quando crescesse”, explica a empreendedora. ‘Trabalhar com o ramo de controle de pragas não era meu sonho, mas foi a oportunidade que eu tive’, complementa.

A fundadora da Termipest Descupinizadora, Michelle Falciano Foto: Divulgação/Termipest Descupinizadora

O consultor de negócios do Sebrae-SP Guilherme Lui explica que esse tipo de comportamento mais pé no chão é essencial no empreendedorismo e muito difícil de se alcançar.

Claro que pode ser benéfico sonhar com um empreendimento ideal, mas isso não pode ser um hiperfoco a ponto de desviar a atenção de uma boa oportunidade

“O perfil tem que ser trabalhado para ficar cada vez mais aguçado em busca de oportunidades. Entender o que falta na região, ver quais são os potenciais clientes e quais problemas a serem resolvidos”, afirma.


O início da trajetória profissional

Quando começou no seu único emprego CLT - que durou cerca de seis anos -, o intuito era pagar um ensino técnico em uma instituição particular.

E deu certo. Logo depois passou a cursar uma faculdade de administração de empresas - custeada pelo escritório em que trabalhava. Com dificuldades financeiras, porém, o local parou de efetuar os pagamentos e ela teve que trancar o curso.

Já com 20 anos e com uma boa noção no ramo de gestão de empresas, ela tinha ao lado um irmão que havia aberto um negócio no ramo de controle de pragas.

Achou interessante e, com incentivo dele, resolveu abrir uma empresa no mesmo setor. “Fiquei cerca de seis meses planejando esse início”, relembra.

Os especialistas sempre ressaltam o quão importante é esse tipo de planejamento, para definir pontos como:
  • Onde o negócio será aberto?
  • Há demanda para o empreendimento?
  • Existe caixa suficiente - o famoso capital de giro - para manter a empresa até o ponto de equilíbrio, quando o negócio se paga?
Quando o empreendedorismo se faz pela oportunidade, não pela necessidade, como é o caso de Falciano, a tendência é que esse planejamento fique ainda mais acessível, já que há tempo para tal.

“O Brasil é um país muito empreendedor, mas por necessidade. E aí vão empreender por falta de estudo, de vaga no mercado de trabalho, entre outras coisas”, ressalta Lui.

Essa dinâmica dificulta muito qualquer tipo de planejamento, já que, na maioria esmagadora das vezes, o sustento deverá sair deste empreendimento - e o quanto antes.

Falciano fez um acordo para ser demitida do escritório e, com a verba da rescisão, iniciou a operação em uma casa de fundos, num imóvel onde os pais moravam. Depois de alguns meses, conseguiu alugar um espaço próprio, já com licenciamentos em dia.

Esse bom relacionamento com os pais, conta Falciano, foi essencial para que o início do negócio não fosse tão conturbado. Isso porque, além de o estabelecimento ser no mesmo terreno deles, ela ainda morava com eles, o que facilitou muito no quesito de despesas pessoais.

No ano passado, ela conseguiu finalizar uma graduação na área de gestão de negócios, por meio de uma universidade EAD. “Foi bom para eu poder me atualizar, mas as experiências não mudaram tanto assim.”

No momento, ela não pretende abrir franquias de sua empresa.


Período da pandemia

A partir de 2020, veio um dos maiores baques na operação. Muitos clientes tiveram que fechar as portas durante os períodos de lockdowns causados pela pandemia de covid-19.

Uma saída encontrada, porém, foi incluir o serviço de sanitização de ambientes, o que ajudou a desafogar o negócio. “A gente já estava tendo que renegociar contratos, porque não tinha sentido cobrar por um serviço que não estava sendo entregue por nós”.

Um outro tópico que Falciano ressalta é que ter uma cartela de clientes muito diversificada ajudou para que o impacto da crise momentânea fosse menor.

“A gente sempre trabalhou desde restaurantes até hospitais e clínicas. Muitos fecharam, mas os que conseguiram ficar abertos precisavam dos nossos serviços”, diz.

Atualmente, a parte de sanitização segue no cardápio da empresa, mas a demanda já é muito menor. Os principais são controle de pragas e limpeza de reservatórios.

Fonte: Estadão



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