Mesmo tendo as melhores intenções, os pais podem adotar comportamentos que prejudicam o desenvolvimento das crianças. Descubra quais são e o que fazer no lugar para proporcionar uma educação mais equilibrada!
Nenhum pai ou mãe quer ser duro demais com seu filho. Por outro lado, na tentativa de serem carinhosos e companheiros, alguns podem errar na medida e adotar uma criação excessivamente permissiva. Mesmo que tenham as melhores intenções, este tipo de comportamento também pode impactar negativamente o desenvolvimento dos pequenos.
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Mãe trabalhando — Foto: Ketut Subiyanto/Pixels
"Crianças com pais excessivamente permissivos tendem a apresentar dificuldades para lidar com frustrações, baixa tolerância à espera e pouca resiliência emocional. Podem desenvolver insegurança, ansiedade, baixa autoestima e dificuldade para assumir responsabilidades, além de baixa capacidade para enfrentar desafios e decepções ao longo da vida", afirma Larissa Fonseca, psicóloga membro da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP).
Cecilia Gama Tartari, pediatra da Clínica Mantelli, SP, acrescenta que as crianças podem ter baixa tolerância à autoridade. "Sem limites claros, elas podem crescer sem compreender a importância de regras, respeito e convivência social. Isso pode prejudicar sua adaptação na escola, no trabalho e em outros ambientes coletivos", afirma. A pediatra destaca, ainda, que filhos criados sem limites podem se tornar mais egoístas. "Além disso, podem ter dificuldades em controlar impulsos, tornando-se agressivas ou impacientes quando não conseguem o que querem", diz.
A boa notícia? Nunca é tarde para ajustar o caminho e fortalecer a relação com mais equilíbrio. Para ajudar, Larissa Fonseca, Cecilia Gama Tartari e Loretta Soares Campos, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria e educadora parental, separaram 7 sinais que pode indicar que você é um pai permissivo demais e deram dicas para uma educação que combina firmeza e respeito. Confira!
1. Dificuldade em dizer "não"
Os pais evitam negar pedidos ou impor limites porque não querem frustrar a criança, o que pode levar à falta de preparo para lidar com frustrações na vida adulta.
2. Negociação constante
Quando tudo é negociável, deixa a criança insegura sobre limites reais. Dificuldade em manter "não" ensina o filho que ele pode provavelmente insistir para a regra se flexibilizar. Isso também pode contribuir para que ele teste até onde consegue ir.
3. Falta de rotina
Crianças precisam de rotina para se sentirem seguras. Se o filho não possui horários para alimentação, sono ou atividades, pode gerar ansiedade.
4. Ausência de consequências
Crianças podem errar e ter comportamentos inadequados. Pais excessivamente permissivos têm dificuldades em impor consequências a situações que necessitam de atenção.
5. Ceder a birras
Pais cedem sempre para evitar choros, birras ou desentendimentos, mesmo quando colocar um limite seria mais saudável. Evitar confrontos incentiva comportamentos manipulativos.
6. Fazer tudo pela criança
A criança não tem tarefas domésticas ou obrigações, pois os pais fazem tudo por ela, o que pode resultar em falta de autonomia e senso de responsabilidade.
7. Excesso de recompensas sem esforço
Os filhos ganham presentes e privilégios constantemente, sem necessidade de merecimento, o que pode gerar um sentimento de direito exagerado.
Como proporcionar uma criação equilibrada
Ser carinhoso e compreensivo é essencial, mas equilíbrio é a chave para criar crianças emocionalmente saudáveis e responsáveis. "O segredo da boa educação está no equilíbrio entre amor e limites. Ser um pai ou mãe presente, que ensina com respeito e firmeza, ajuda a formar crianças mais seguras e independentes", afirma Cecília Gama Tartari.
Veja 5 dicas das especialistas:
1. Estabeleça regras claras e coerentes
As crianças precisam de limites para se sentirem seguras, mas essas regras devem fazer sentido e ser aplicadas de forma justa. Explique os motivos das regras para que os filhos compreendam a importância delas.
2. Seja firme, mas com empatia
Impor limites não significa ser rígido ou insensível. Ouça seu filho, valide seus sentimentos e, ao mesmo tempo, mantenha a posição quando necessário. Por exemplo: “Eu entendo que você quer brincar mais, mas já está na hora de dormir para que você tenha energia amanhã.”
3. Dê autonomia dentro de limites seguros
Permita que a criança tome pequenas decisões de acordo com a idade, como escolher a roupa ou decidir entre duas opções de lanche. Isso desenvolve autoconfiança e senso de responsabilidade.
4. Mantenha o diálogo aberto
Crie um ambiente onde seu filho se sinta à vontade para conversar e expressar sentimentos sem medo de julgamentos ou punições. Isso fortalece a conexão e a confiança entre vocês.
5. Seja coerente e previsível na educação
A coerência e previsibilidade na educação dá segurança à criança, pois ela sabe o que esperar e compreende os limites com mais clareza. Dessa forma, os pais evitam confusões e fortalecem a confiança da criança naquilo que é ensinado.
Fonte: Revista Crescer