Busca-se uma alternativa: o silício caiu tanto de preço que agora as molduras são as partes mais caras dos painéis solares

Durante anos, o polisilício foi o material mais caro dos painéis solares, mas não é mais A indústria busca alternativas ao alumínio para continuar reduzindo os custos de produção


Quem diria, alguns anos atrás, que as molduras de alumínio se tornariam a parte mais cara dos painéis solares. Agora, a indústria busca uma alternativa.

Durante anos, o polisilício e o vidro das células fotovoltaicas dominaram a estrutura de custos na produção de painéis solares. No entanto, as matérias-primas foram oscilando e, em 2024, as molduras de alumínio assumiram a liderança, representando 14% do preço total de produção.

Durante a conferência anual da Associação da Indústria Fotovoltaica da China (CPIA), um analista da SinoLink Securities detalhou o seguinte:

  • Com 14% do preço, as molduras agora são o componente mais caro na fabricação de painéis solares. Embora o processamento do alumínio tenha ficado mais barato devido ao aumento da produção, o custo da matéria-prima continua elevado.
  • O vidro, que proporciona proteção e estabilidade estrutural às células fotovoltaicas, é agora o segundo componente mais caro, representando 13,4% do custo. Esse preço permanece alto devido às políticas chinesas que restringem sua produção.
  • A pasta de prata, utilizada para formar os contatos elétricos nas células, é o terceiro material mais caro, representando 11,6% dos custos. O problema aqui é a oferta limitada diante da crescente demanda por prata no setor tecnológico.
  • O polisilício, que costumava ser o principal responsável pelos custos, caiu para o quarto lugar, com 9,9% do preço de produção, graças à eficiente indústria de silício chinesa e ao aumento da oferta.
  • Um desafio

Esses 14% destinados ao alumínio estão incentivando a indústria a inovar e buscar alternativas. Os fabricantes estão explorando novas ligas de alumínio, materiais compostos e até clipes de borracha como substitutos para o alumínio convencional, mas as preocupações em relação à sua confiabilidade e durabilidade estão impedindo uma adoção generalizada.

Talvez a abordagem correta seja continuar reduzindo o uso do metal com molduras mais finas ou sem elas — mas um painel solar não é um smartphone, ele precisa ser resistente, além de leve. Por enquanto, a indústria está considerando substituir a pasta de prata por pasta de cobre, embora isso possivelmente vá exigir um alto investimento em equipamentos e desenvolvimentos técnicos antes de ser viável.

A SinoLink projeta que as instalações solares crescerão entre 10% e 15% ao ano em todo o mundo, com uma demanda que pode alcançar 700 GW em 2025. Essa demanda imparável é uma faca de dois gumes: a indústria é muito sensível às flutuações nos preços das matérias-primas, mas a pressão por inovação não cessa.


Fonte: Terra



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