Tabelião de cartório é indiciado por crimes contra administração pública no Noroeste do ES


Consta da denúncia que, em diversas vezes, o servidor teria recebido valores dos contribuintes para a realização de procedimentos cartorários, mas deixou de apresentá-los e de promover os devidos registros

Servidor de cartório em Alto Rio Novo teria cometido crimes contra a administração pública. (Arquivo/AG)

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) concluiu inquérito, nessa segunda-feira (24), e indiciou um servidor público, que exercia o cargo de tabelião em Alto Rio Novo, no Noroeste do Espírito Santo, pela suposta prática de crimes contra a administração pública. Segundo a PC, o agente é suspeito de realizar cobranças indevidas e cobrar taxas excessivas para serviços cartoriais. O nome dele não foi divulgado.

Entre os crimes apurados, constam o excesso de exação (arrecadação de taxas), o peculato-desvio, a prevaricação e a inserção de dados falsos em sistemas de informações da administração pública.

“Em especial, foram constatadas averbações desnecessárias com o claro intuito de onerar artificialmente os registros. Destacam-se, nesse contexto, os casos em que o óbito de uma mesma pessoa foi averbado duas vezes, bem como duplicidade no registro de documentos pessoais das mesmas pessoas, sem qualquer alteração ou atualização que justifique nova averbação”, explica o titular da Delegacia de Polícia (DP) de Alto Rio Novo, delegado Luiz Carlos Mucci Neto.

Ainda consta da denúncia que, em diversas vezes, o servidor teria recebido valores dos contribuintes para a realização de procedimentos cartorários, mas deixado de apresentá-los e de promover os devidos registros, apropriando-se indevidamente dos valores recebidos em benefício próprio.


Prefeitura também é vítima, segundo a PCES

Uma das vítimas das irregularidades cometidas pelo servidor seria a Prefeitura de Alto Rio Novo. Consta da investigação que o município efetuou o pagamento de valor em dinheiro para a realização de registros referentes à regularização fundiária. O montante da transação não foi informado pela PCES.

Contudo, o procedimento teria sido antecipado de maneira parcial e incorreta, o que resultou no cancelamento de diversas matrículas imobiliárias. A situação "atualmente, compromete o processo administrativo de regularização fundiária local", conforme cita a investigação.

Por fim, o inquérito policial apurou que o servidor inseriu dados falsos nos sistemas informatizados da administração pública, sendo identificados selos digitais que foram posteriormente cancelados em razão da duplicidade de registros públicos. A investigação foi encaminhada ao Ministério Público Estadual (MPES), responsável por apresentar denúncia à Justiça.

Fonte: A Gazeta



Postagem Anterior Próxima Postagem