No Brasil, são pelo menos 9 milhões de mulheres com a doença – que não tem cura.
O lipedema atinge entre 10% e 18% das mulheres no mundo. No Brasil, são pelo menos 9 milhões de mulheres. Os primeiros relatos sobre o lipedema são dos anos 1940. Mas, só em 2022 ele ganhou um código no Cadastro Internacional de Doenças.
“Eu não tenho espelho, mas eu tenho balança em dois cômodos da casa”, conta uma mulher.
Mas, hoje se sabe, que nem é questão de peso.
“A pessoa pode ficar magrinha e a perna, a coxa e as nádegas vão estar largas”, afirma Armando Lobato, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
“As pessoas falam: ‘Mas você já está magra. Para que isso?’", conta a professora Thamires Martins.
É uma luta com o próprio corpo.
“Eu não conseguia ninguém para me ajudar nessa caminhada. Nenhum especialista. Eu queria uma resposta”, diz uma mulher.
Ana Carolina Raimundi, repórter: O que você gostaria de fazer e não consegue?
Deborah Berto, terapeuta clínica: Cruzar as pernas, assim como você está agora.
Thamires Martins: É um sonho poder usar short livremente.
Thamires lida com um desconforto desde a adolescência. Já com a Débora foi depois da segunda gravidez. Uma mulher, que prefere não se identificar, percebeu as mudanças no corpo depois de uma menopausa precoce, aos 39 anos. Elas tentaram exercícios, controle da alimentação e nada.
“É um sacrifício que não traz resultados”, afirma Deborah.
Era um incômodo visto como uma queixa estética. Mas agora elas sabem que ele tem nome: lipedema.
“O lipedema é uma doença crônica de depósito anormal de gorduras, principalmente em membros inferiores, e menos frequentemente nos braços”, afirma o angiologista Armando Lobato, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
A gordura se concentra em forma de nódulos endurecidos, provoca dor e o mais leve toque pode deixar manchas roxas, por conta da grande circulação de sangue em volta dessa gordura.
“Comecei a não conseguir fazer as atividades comuns que todo mundo faz, como caminhar. Até o ponto que eu cheguei a dar aula sentada durante todo o dia, porque eu já não aguentava mais ficar em pé”, conta a terapeuta clínica Deborah Berto.
“Só quem tem sabe. É uma dor que vai além da dor física, é uma dor emocional, que vai atingindo você de dentro para fora”, diz Deborah.
Mas saber o que se tem é um primeiro grande passo:
“Agora, eu estou vendo resultados, sabe? Eu estou vendo a minha qualidade de vida. Tudo mudou”, conta Thamires.
Fonte: G1