5 atitudes comuns dos pais que fazem as crianças se sentirem inseguras


A insegurança é um sentimento paralisante que faz com que os pequenos tenham medo de enfrentar os dilemas da vida. Certos comportamentos das famílias podem potencializar esse tipo de postura. Veja como evitar!

Enfrentar o “monstro” da insegurança é extremamente desafiador, sobretudo para as crianças. Esse estado emocional caracterizado pelo medo, dúvida e falta de autoconfiança pode ter um impacto expressivo na vida do seu filho. Diante desse sentimento, é quase inevitável que os pequenos não se sintam paralisados e deixem de mostrar seu verdadeiro potencial. Por trás de uma criança insegura, existem diversos fatores, mas certas atitudes dos pais podem potencializar a situação.

A insegurança é um estado emocional de medo — Foto: Freepik

Estar ciente desse tipo de comportamento é o primeiro passo para reverter esse cenário e criar crianças mais confiantes. Segundo Vera R. Resende, psicóloga clínica, mestre e doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), a insegurança é um sentimento gerado por um conflito interno. “O medo de se expor e de ser avaliado pode ter sua raiz no perfeccionismo, na autoexigência, na baixa autoestima, entre outras questões”, explica a especialista.

No entanto, se seu filho se sente inseguro, ele não é único! A psicóloga destaca que todos temos algum tipo de insegurança em maior ou menor grau em determinadas circunstâncias. Realizar acompanhamento psicoterapêutico é o melhor caminho para compreender a fonte desse problema e saber como orientar as crianças a controlar esse sentimento.

Outro ponto importante é evitar certos tipos de atitudes que podem potencializar a insegurança infantil. Abaixo, confira alguns desses comportamentos:


1. Superproteção

A criança quer praticar uma atividade nova e é impedida, pois os pais temem por sua segurança. Na escola, ela nunca resolve os conflitos sozinha com os colegas, já que os familiares sempre se intrometem. Você tem esse tipo de postura com seu filho? Se sim, acenda um sinal vermelho! A superproteção impede que os pequenos enfrentem desafios e consequentemente os tornam mais inseguros com relação ao seu potencial, seja para executar tarefas ou mesmo para resolver problemas.


2. Comparação

As comparações constantes com irmãos ou outras crianças também impactam a confiança das crianças. Em alguns casos mais graves, os pais desvalorizam os sentimentos dos filhos ou minimizam seus medos e angústias, dizendo aos pequenos para “parar com frescura”. Afinal, seus colegas não se comportam dessa maneira.


3. Correção excessiva

Esse tipo de postura pode fazer com que a criança nunca se sinta boa o suficiente. “Para evitar isso, os pais devem equilibrar críticas com elogios, valorizar o esforço em vez do resultado e permitir que a criança aprenda com os erros sem punições excessivas”, orienta Marta Relvas, mestre em psicanálise, neurocientista e membro da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento e do Conselho Regional de Biologia (RJ).

A psicóloga clínica Vera Resende ainda alerta sobre as expectativas altas em relação ao desenvolvimento e produtividade dos filhos. Caso os pais observem que não conseguem controlar esse sentimento, é necessário buscar aconselhamento parental ou terapia. “Filhos exigem disponibilidade interna para ensiná-los a sobreviver nesta sociedade, tendo respeitados seus limites, ritmo, tempo, interesses, que se alternam em cada fase”, destaca a especialista.


4. Tom de voz e linguagem corporal

Um tom de voz muito severo ou impaciente faz a criança se sentir inadequada. Nesse tipo de situação, os níveis de cortisol podem aumentar, levando ao estresse. “Uma relevância a ser considerada é a expressão facial de desaprovação frequente, que também reforça sentimento de insegurança. O ideal é manter uma comunicação afetiva, com tom de voz calmo”, ressalta Marta Relvas.


5. Não demonstrar afeto

Os pais sentem um amor muito intenso pelos filhos, no entanto, é comum que, em certos momentos, acabam não expressando esse sentimento e isso pode impactar a confiança das crianças. “O ser humano precisa, desde o nascimento, sentir-se amado, protegido, alimentado e bem cuidado. Ou seja, precisamos chegar ao mundo sentindo que somos bem-vindos e que produzimos alegria em quem cuida de nós”, afirma Vera Resende.


Como ajudar a criança se sentir menos insegura?

De acordo com Marta Relvas, estimular a confiança dos pequenos é um processo diário. No dia a dia, celebre as conquistas do seu filho e não deixe de validar seus sentimentos. Além disso, permita que a criança tome decisões apropriadas para a sua idade, conquistando sua autonomia. “O objetivo da educação tem que ser apoiar a busca de autonomia da criança, de tal forma que os pais sentem que podem deixá-la resolver pequenos problemas cotidianos”, reforça Vera.


Fonte: Revista Crescer



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