Jovem sofreu várias paradas cardíacas, chegou a ser internado, mas não resistiu
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Os pais de um estudante universitário que morreu após ser forçado a fazer 100 burpees — exercício de alta intensidade que combina flexões, agachamentos e saltos — como punição durante treino de futebol entraram com ação judicial contra a Universidade Bucknell, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, por negligência. O processo foi aberto na última semana, meses após o incidente.
Em julho de 2024, o jovem identificado como Calvin, de 18 anos, estava participando de seu primeiro treino com o time de futebol da universidade. O estudante sofria de uma rara condição que causava sobrecarga muscular, dificultando seu desempenho nos treinamentos da equipe. Por conta disso, foi severamente punido e forçado a realizar os chamados burpees.
No entanto, seu corpo não resistiu e ele desmaiou. Diante da situação, foi levado às pressas para um hospital, mas seu coração não suportou e ele morreu dois dias após ser internado.
Agora, seus pais processam a universidade. Segundo o portal Today, eles alegam que a instituição estava ciente da condição do jovem e já havia sido informada previamente.
Rabdomiólise causou morte
De acordo com o laudo médico, Calvin faleceu devido a uma rabdomiólise relacionada à anemia falciforme. Segundo a Clínica Cleveland, essa condição é um raro tipo de lesão em que os músculos sofrem desgaste extremo. Pode ser fatal e ocorre, entre outras causas, devido a exercícios excessivos sem descanso adequado.
Entre os sintomas descritos, estão: fraqueza muscular; rigidez muscular; dor muscular e mudança na cor da urina
Além disso, algumas pessoas também podem apresentar desidratação, diminuição da micção, náuseas e perda de consciência.
A denúncia
Nicole e Calvin Dickey, pais do jovem, entraram com uma ação judicial contra a Universidade Bucknell no Tribunal de Primeira Instância da Filadélfia, no dia 2 de abril.
Eles alegam que haviam conversado com o treinador sobre a necessidade de cuidados especiais para atender à condição muscular de Calvin.
“Por negligência e/ou intencionalmente, ou por imprudência, o treinador não tomou as medidas necessárias para garantir que essas precauções especiais fossem implementadas”, diz a denúncia.
O documento também detalha que, ao ser levado ao hospital, os médicos realizaram uma cirurgia de emergência no atleta, que sofreu várias paradas cardíacas antes que seus pais tomassem a difícil decisão de interromper a reanimação.
Até o momento, aguarda-se a convocação do tribunal e o andamento das investigações para responder às demandas da família de Calvin.
Em uma declaração à NBC News, a Universidade Bucknell se pronunciou após a ação judicial movida pelos pais do jovem:
“A morte de um estudante é sempre uma perda trágica. A Universidade Bucknell está ciente da ação movida pelos pais de CJ Dickey. Embora a instituição não comente sobre processos em andamento, reiteramos nossas mais profundas condolências à família de CJ e seguimos focados em nossa prioridade mais importante: a saúde e a segurança de todos os estudantes de Bucknell", diz a nota.
Fonte: O Globo