Banco Central dos EUA diz que tarifas 'maiores do que o esperado' podem impactar inflação de emprego


Presidente do BC dos EUA afirmou que o crescimento econômico do país 'provavelmente desacelerou no primeiro trimestre de 2025 em relação ao ritmo sólido do ano passado'.

Presidente do Fed, Jerome Powell, em coletiva de imprensa após decisão dos juros nos EUA. — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, afirmou nesta quarta-feira (16) que as tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, atingiram um nível maior do que o esperado, mesmo no cenário "mais extremo".

“As tarifas são maiores do que os analistas previam, certamente maiores do que esperávamos, mesmo no nosso cenário mais extremo,” declarou, em resposta a uma pergunta durante um evento no Economic Club de Chicago.

Powell indicou que, diante das incertezas com o tarifaço de Trump, o Fed poderá manter a taxa básica de juros do país estável na próxima reunião, enquanto aguarda "maior clareza antes de considerar quaisquer ajustes".

Em sua última decisão, no dia 19 março, o BC dos EUA manteve o referencial de juros na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, afirmando que as incertezas em torno das perspectivas econômicas aumentaram.

"O Fed está esperando para ver como as coisas vão se desenrolar antes de tomar qualquer tipo de medida em relação às taxas [de juros]. Vamos ver se a inflação será temporária ou um evento pontual, para observar por quanto tempo essas tarifas vão durar e se haverá ou não algum tipo de mudança nelas."

Para Powell, a guerra tarifária também pode complicar a capacidade da instituição de controlar a inflação e, ao mesmo tempo, maximizar o mercado de trabalho. O Fed possui um "mandato dual" — ou seja, busca promover a estabilidade de preços e o máximo emprego no país.

A atividade econômica dos EUA já apresenta reflexos da gestão de Trump, apontou o presidente do BC, ao afirmar que o crescimento do país "provavelmente desacelerou no primeiro trimestre de 2025 em relação ao ritmo sólido do ano passado".

Fonte: G1


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