Durante sessão realizada na Câmara dos Deputados na noite de quarta-feira (9), parlamentar do ES alegou que deveria reconhecer seu erro e que não deveria desejar o mal de ninguém porque é cristão
Um dia após afirmar que gostaria de ver o presidente Lula (PT) “morto e no quinto dos infernos”, o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) disse que se arrependeu da declaração dada na sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara, na última terça-feira (8), e que exagerou ao desejar um infarto ou taquicardia ao presidente da República.
Em nova sessão realizada na noite de quarta-feira (9), o deputado federal alegou que não deveria desejar o mal de ninguém porque é cristão.
“Eu aprendi com meu pai que um homem deve reconhecer os seus erros. Ontem (terça-feira, dia 8), estávamos debatendo um projeto para desarmar os seguranças do ‘descondenado’ Lula. E eu disse que, se ele tivesse um infarto, uma taquicardia e morresse, eu não iria ficar triste”, iniciou Gilvan, durante o discurso na Câmara.
“Um cristão não deve desejar a morte de ninguém. Eu não desejo a morte de qualquer pessoa, mas continuo entendendo que Luiz Inácio Lula da Silva deveria pagar por seus crimes, deveria estar preso e deveria pagar por tudo que ele fez de mal ao nosso país, mas reconheço que exagerei na minha fala. Peço desculpas”, completou o deputado federal.
Relembre
O pedido público de desculpas feito por Gilvan veio à tona um dia após a declaração polêmica na Câmara.
“Eu quero mais que o Lula morra. Quero que ele vá para o quinto dos infernos, é um direito meu. Não vou dizer que eu vou matar, cara, mas eu quero que ele morra, que vá para o quinto dos infernos. Nem o diabo quer o Lula, por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer. Tomara que ele tenha uma taquicardia, porque nem o diabo quer a desgraça desse presidente que está afundando o país. Quero mais que ele morra mesmo", afirmou Gilvan na terça-feira.
Ainda na quarta, o parlamentar reagiu à manifestação da AGU, afirmando ter feito uso do direito de “manifestar seu pensamento” na declaração dada sobre o presidente da República. E disse também que “desejar que alguém morra, por si só, não é crime”.
"Logo, externalizar publicamente o próprio dissabor pelo seu desafeto político não é crime, pois se trata de conduta atípica sem qualquer descrição de crime previsto na lei penal. Se alguém quiser discutir a declaração na seara de costumes é outra questão, se é moral ou imoral, certo ou errado poderia até ser debatido na perspectiva da religião, da família e tantos outros, menos nas atribuições da AGU", diz o texto da nota encaminhada pelo deputado à reportagem de A Gazeta na quarta-feira (9).
Fonte: A Gazeta