Influenciadoras desafiam padrões tradicionais de beleza e defendem o direito de escolha entre tirar, ou não, os pelos

Um dos maiores tabus da beleza feminina são os pelos corporais. Porém, aos poucos, mulheres começaram a questionar a validade desta imposição, desafiando padrões tradicionais de beleza e defendendo o direito de escolha entre retirar, ou não, os fios. Influenciadoras, artistas e figuras públicas ocupam um papel importante neste cenário.
Uma das pioneiras a abordarem a discussão foi a britânica Joanna Kenny, que não só compartilha conteúdos exibindo seu buço natural, como já ressignificou os pelos em mais de uma ocasião, colorindo ou deixando os fios brilhantes com glitter e maquiagem.
A maquiadora e produtora de conteúdo digital Tainara Reis é umas das que optou por não remover os pelos do buço e já sofreu o ônus desta escolha. “Ao longo desses últimos anos o que eu escutei de comentários falando do meu bigode não está escrito. Dizem que ele é nojento, que é para chamar a atenção, que é marketing. Isso até já foi pauta na minha terapia”, desabafou em resposta a um comentário de uma internauta que dizia ter agonia com os pelos da profissional, em 2022.
“Por que as pessoas não suportam uma coisa que é natural, uma escolha minha? É muito estranho perceber que as pessoas não estão acostumadas a respeitar a liberdade do outro”, comenta Tainara.

O buço de Marcela é um mero detalhe da sua belezaInstagram/marcelacantuaria
A artista plástica Marcela Cantuária contou, em entrevista para o Universa, que parar de depilar o buço foi uma decisão financeira. “Quando virei adulta e tive que me sustentar, parei de gastar dinheiro com isso”, afirmou à publicação.
Segundo o Sebrae, dados obtidos pelo Data Nubank, plataforma de análises sobre finanças do Nubank, mostraram que o gasto médio mensal das clientes do banco em salões de beleza foi cerca de R$ 110,40. Conforme a pesquisa, só em 2024 o mercado de beleza no Brasil movimentou cerca de 27 bilhões de dólares (US$), posicionando o país entre os cinco maiores do mundo nesse segmento.
Com a previsão de crescimento contínuo, estima-se que o país atinja US$ 32 bilhões até 2027, de acordo com os dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) e Statista.
Para além da estética, muitas mulheres também sofrem com a Síndrome do Ovário Policístico, que tem como característica um desbalanço hormonal e pode causar o aumento na quantidade de pelos no rosto.
Esse movimento social reflete uma mudança cultural e política mais ampla, na qual as mulheres reivindicam o controle sobre seus corpos sem se submeterem a imposições externas e, muitas vezes, vindo de figuras masculinas.
Fonte: R7