Especialistas reforçam a necessidade de cuidados com o número crescente de acidentes envolvendo o meio de transporte

Tendência de mobilidade urbana, a utilização das bicicletas elétricas como meio de transporte em cidades da Grande Vitória tem crescido cada vez mais entre adolescentes e adultos.
Mas, ao mesmo tempo, é registrado um aumento no número de acidentes envolvendo condutores cada vez mais jovens, que utilizam a modalidade para realizar percursos, como, por exemplo, da escola para casa.
A situação acendeu o alerta da Polícia de Trânsito e de médicos ortopedistas, que registram um aumento do número de fraturas geradas por quedas e colisões envolvendo bicicletas elétricas.
Em entrevista à reportagem do Folha Vitória, o ortopedista especialista em cirurgia do pé e tornozelo, Felipe de Queiroz, explica que um estudo de um periódico norte-americano aponta o aumento de 25% nos acidentes com bicicletas elétricas.
São traumas que são muito maiores do que um acidente de bicicleta maior, de uma bicicleta normal. Esse trauma gera lesões internas mais graves, tem maior probabilidade de hospitalização nos pacientes.
Entre os principais tipos de lesões flagradas pelos especialistas estão: traumas em membro superior e membro inferior com fraturas, fraturas em punho, clavícula, tornozelo, perna, tíbia e fíbula. “Além dos traumas cranioencefálicos, quando o condutor bate a cabeça na queda”.

“Fraturas são mais graves, com sequelas irreversíveis”, diz ortopedista
O médico ortopedista, especialista em cirurgia do joelho, Felipe Ruy, explica que os traumas relacionados aos acidentes são graves e podem gerar sequelas irreversíveis.
No trauma relacionado a acidentes com bicicletas elétricas, as fraturas, lesões ligamentares, elas costumam ser mais graves. E, como a gente está falando, geralmente de adolescentes, isso acaba gerando sequelas e irreversíveis.

O ortopedista Felipe Ruy falou sobre as lesões ocasionadas pelos acidentes. Foto: Acervo pessoal
O especialista contou que fez recentemente cirurgias em adolescentes, ocasionadas por acidentes nas bicicletas elétricas. Elas, com 14, 15 anos, estavam com fraturas bem graves na região do tornozelo, o que pode acabando evoluindo com lesões ligamentares.
Quais são as principais recomendações da Polícia Militar?
O chefe da equipe de fiscalização de trânsito do Batalhão de Polícia de Trânsito, Tenente Lourenço, explica que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) estabelece que as bicicletas elétricas devem ter potência de até 1000 W e velocidade de até 32 km/h.
“Para ser bicicleta tem que ter pedal e a pessoa deve pedalar para conduzir ela, mas a bicicleta elétrica contém um pedal auxiliar, o motor vai fazer com que a pessoa se esforce um pouco menos, o que anda é um veículo de propulsão humana”, disse.
Regras de circulação:
Diante do uso desenfreado, o condutor deve seguir algumas regras de circulação:
É necessário ter pneus em bom estado de conservação;
Ter retrovisor pelo menos do lado esquerdo;
Ter uma buzina;
Iluminação de pedal, dianteira e traseira.
Onde as bicicletas elétricas devem circular?
Por serem equiparadas com a bicicletas convencionais, os condutores devem trafegar na ciclovia. Ou, caso não seja presente, deve andar no lado direito da via no mesmo sentido que os carros ou motos.
Quais os equipamentos de segurança necessários?
Ter retrovisor pelo menos do lado esquerdo;
Ter uma buzina;
Sinalização noturna na lateral, parte da frente e atrás.
Fonte: Folha Vitória