Sementes de graviola: o que a ciência diz sobre seu consumo e quais cuidados devem ser tomados?


Polpa é reconhecida por sua riqueza em vitamina C, potássio, fibras e antioxidantes, já sementes da fruta contêm compostos tóxicos

Graviola — Foto: Reprodução

Nos últimos anos, a graviola ganhou popularidade no mundo da alimentação saudável. Sua polpa suculenta e aromática é notável por seu conteúdo de vitaminas, antioxidantes e compostos bioativos, o que atraiu nutricionistas, chefs e consumidores interessados ​​em suas propriedades benéficas à saúde. No entanto, um aspecto menos conhecido dessa fruta começou a gerar preocupação: suas sementes.

À medida que a graviola cresce em popularidade, teorias sobre os efeitos das sementes estão circulando nas mídias sociais e fóruns de saúde, variando de seus supostos benefícios anticancerígenos a alertas sobre sua potencial toxicidade. Isso gerou a necessidade de investigar se é seguro consumi-los ou, pelo contrário, se devem ser evitados.


Diferenças entre polpa e sementes

A polpa da graviola é rica em vitamina C, potássio, fibras e antioxidantes como as acetogeninas, compostos associados a propriedades anti-inflamatórias e antimicrobianas. Essas qualidades fazem dele um alimento saudável que conquistou muitos. No entanto, a situação com as sementes é diferente.

Pesquisas científicas produziram resultados nada animadores em relação às sementes de graviola. Um estudo realizado por cientistas franceses identificou a presença de anonacina, uma neurotoxina natural, nas sementes desta fruta. Este composto está associado a efeitos adversos no sistema nervoso central, o que contrasta com a imagem saudável da polpa


É seguro consumir as sementes?

O consumo de sementes de graviola pode apresentar riscos dependendo da quantidade ingerida e da forma como são consumidas. Em geral, a ingestão acidental de uma ou duas sementes dificilmente terá efeitos graves em adultos saudáveis. No entanto, o consumo regular ou em altas concentrações — como em pós, óleos ou infusões — pode ter consequências adversas.

Estudos em animais demonstraram que altas doses de anonacina podem causar danos neurológicos e hepáticos. Embora não tenham sido relatados casos de envenenamento em massa em humanos, há registros clínicos em regiões onde o consumo de graviola é mais comum, sugerindo que precauções são necessárias.


Uso tradicional das sementes

É importante notar que as sementes de graviola têm sido usadas na medicina popular em várias comunidades do Caribe e da América Central há séculos. No entanto, seu uso tradicional se limita a aplicações tópicas ou ingestão em pequenas quantidades, não como alimento regular. Essa distinção cultural destaca a importância de conhecer as quantidades seguras em que essas sementes podem ser consumidas.


Outros usos

Apesar de sua toxicidade, as sementes de graviola não foram completamente descartadas em outros campos. Atualmente, seu uso está sendo investigado na indústria cosmética e em suplementos fitoterápicos, mas sempre sob controles rigorosos que eliminam compostos nocivos.

Na cosmética, o óleo extraído das sementes é utilizado em aplicações tópicas, aproveitando suas propriedades bioativas. Da mesma forma, algumas pesquisas estão explorando seu potencial como pesticida natural, aproveitando seus efeitos em certos organismos.

Fonte: O Globo



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