Ana Vitória Pereira Alves, de 19 anos, havia conquistado a casa própria pouco antes do crime, segundo a família. Condenada, dona do restaurante continua presa.
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Ana Vitória Pereira Alves, de 19 anos, foi morta com um tiro na cabeça, em Goiás — Foto: Reprodução/Redes sociais
Sonhava em cursar faculdade, buscava ter o próprio negócio e amava jogar futsal. Essas são lembranças que parentes e amigos guardam sobre Ana Vitória Pereira Alves, de 19 anos, funcionária morta pela dona do restaurante em que trabalhava.
O crime aconteceu em março de 2018, dentro do restaurante. Condenada a 12 anos de prisão, Adriana Alexina Leal Borges André confessou ter matado a jovem por ciúmes após encontrar indícios de que ela teria tido um caso com o marido dela, em Catalão, no sudeste goiano. Ela foi presa neste ano, sete anos depois do assassinato.
A reportagem entrou em contato com a defesa que representou Adriana no julgamento, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Ao g1, a irmã de Ana Vitória, Joyce Alves disse que Ana Vitória desejava cursar educação física ou nutrição. Segundo a amiga Cleia Teodoro, a jovem jogava futebol todos os dias em um time da cidade de Davinópolis, a 42 quilômetros de distância de Catalão.
“Todos os dias à noite ela jogava. Tinha dia que chegava a jogar até duas vezes no dia. Era o esporte que ela mais amava”, disse a amiga ao g1.
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Ana Vitória jogava em um time feminino em Davinópolis, em Goiás — Foto: Reprodução/Redes sociais
Cleia contou que Ana Vitória morava com a mãe, mas todos os finais de semana dormia na casa dela: “Éramos inseparáveis”. Para ela, a alegria e energia resumem quem era a amiga.
“Ela sonhava em conquistar a própria independência, fazer faculdade, viajar. A Vitória era muito extrovertida, alegre, brincalhona, carinhosa e muito prestativa. Se precisasse dela ela, era ‘pau para toda obra’ . Nunca conseguia falar ‘não’ para ninguém. Onde ela chegava era só alegria, arrancava muitas gargalhadas”, detalha.
A jovem havia acabado de realizar um dos sonhos: o da casa própria. O chá de casa nova estava marcado para a semana seguinte do dia em que ela morreu: “Estava até organizando para se mudar para lá, mas infelizmente não deu tempo”, disse Cleia Teodoro.
Joyce disse que a irmã trabalhava há três anos no restaurante e que, na época do crime, ela estava namorando há pouco tempo. Segundo a irmã, a jovem era muito querida na cidade onde morava.
“Era conhecida por todos e ao mesmo tempo amada tanto família como amigos. No dia do crime, Davinópolis parou! Ela era uma menina cheia de sonhos e infelizmente foi interrompido por uma tragédia! Hoje temos uma família triste e vazia com a falta dela”, desabafou.
Emboscada
Segundo a Polícia Civil (PC), logo que viu a conversa da funcionária com o marido, Adriana disse que ligou para Ana Vitória simulando que precisava dela para auxiliá-la em um trabalho.
Cleia contou que Adriana buscou a funcionária em casa para levar até o restaurante. Segundo a amiga, era um dia de sábado e a empresária ligou para Ana Vitória pedindo que fosse trabalhar, pois estava passando mal. A jovem aceitou com a intenção de ganhar um dinheiro extra e depois sair com a amiga a noite. Cleia contou como foi a última vez que viu a amiga.
"Falei para ela [Adriana] entrar para dentro até a Vitória acabar de arrumar. Ela disse : 'Não. Vou aguardar aqui mesmo. Estou numa dor de cabeça!'. Aí a Vitória acabou de se arrumar, me deu tchau, entrou no carro e saiu", conta.
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Crime foi cometido no restaurante da suspeita, em Catalão, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Segundo a polícia, assim que chegaram ao restaurante, as duas começaram a discutir. Adriana conta que perguntou se a funcionária tinha um caso com o marido, e ela respondeu que sim. Em seguida, ainda conforme a comerciante, Ana Vitória começou a ofendê-la, dizendo que era mais nova e que já havia dormido com o marido dela na cama do casal, afirmou a delegada.
Durante a discussão, Adriana pegou a arma e efetuou um tiro na cabeça da jovem. A vítima morreu no local. O marido de Adriana estava nos fundos do estabelecimento e ouviu o disparo. Ao chegar e ver a esposa com a arma na mão, ele fugiu, acreditando que também poderia ser alvo dela.
No entanto, após o crime, a mulher correu para casa, que fica a 500 metros do estabelecimento, pediu que a babá cuidasse do filho do casal, de 2 anos, e fugiu. Dois dias depois, se apresentou de forma espontânea e foi liberada. Ela foi indiciada e acusada pelo homicídio.
Fonte: G1 GO