Supernova: explosão de estrela pode ser vista da Terra pela primeira vez em 400 anos


Betelgeuse, na constelação de Órion, mostra sinais de colapso e pode iluminar os céus com brilho semelhante ao da Lua cheia; o último evento com essas características aconteceu há 400 anos

Betelgeuse subitamente se tornou mais fraca por vários meses no final de 2019 e início de 2020 — Foto: Nasa

A iminente explosão de uma estrela próxima à Terra mantém a comunidade astronômica em alerta devido aos possíveis efeitos em nosso planeta. A humanidade contemporânea poderia ter a oportunidade de presenciar uma supernova visível da superfície terrestre pela primeira vez em 400 anos.

De acordo com relatórios da NASA, foi divulgado que a estrela supergigante vermelha Betelgeuse pode explodir a qualquer momento. Desde 2019, a agência espacial norte-americana notificou diversos comportamentos que foram associados a um processo de deterioração e morte iminente.

A estrela está localizada na constelação de Órion. Todas as noites, é possível avistá-la graças ao seu brilho avermelhado, mas isso pode mudar em breve. Há seis anos, os cientistas notaram que a luz refletida por esse corpo celeste diminuiu em 60%, indicando que ela entrou em uma fase conhecida como pré-supernova, evento posteriormente explicado como uma ejeção de massa superficial.

Pelo que parece, segundo imagens captadas pelo Telescópio Espacial Hubble, ao expelir gases e poeira por conta de sua condição crítica, formou-se uma camada desse material ao seu redor, o que provocou a redução na percepção da sua intensidade luminosa.

Explosão da Betelgeuse poderá ser vista da Terra — Foto: Nasa

Desde então, Betelgeuse passou a alternar a intensidade do seu brilho com o dobro da frequência habitual. Em 2024, foi percebida uma mudança ainda mais pronunciada, com uma atenuação de 0,5% nos primeiros meses do ano.

Segundo a revista Wired, ainda é impossível prever com exatidão quando acontecerá a explosão dessa megaestrela vermelha. No entanto, os cientistas afirmam que Betelgeuse deve entrar em supernova nos próximos 10 mil a 100 mil anos. Isso significa que o colapso cósmico pode ocorrer nos próximos dias ou nos próximos milênios.

Essa notícia surgiu em meio ao polêmico anúncio feito pela NASA na semana passada, alertando que o asteroide 2024 YR4, que está em rota com a órbita da Terra, pode colidir com a Lua em 2032. Apesar de ainda não estar confirmada essa possibilidade, a comunidade científica alertou os organismos espaciais internacionais para monitorar o corpo rochoso de 60 quilômetros de diâmetro.

Quando uma estrela explode, ela expele matéria e gás para a galáxia, antes de colapsar em um buraco negro — Foto: Andrea Dupree (Harvard-Smithsonian CfA), Ronald Gilliland (STScI), NASA and ESA

O fato é que o espaço está repleto de perigos. A mudança é constante, e tudo está em movimento. Dentro dessa lógica, a vida humana permanece em risco constante, especialmente diante da queda de um asteroide ou de um evento espacial de grandes proporções.


O que acontecerá quando Betelgeuse explodir?

Quando uma estrela explode, ela expele matéria e gás para a galáxia, antes de colapsar em um buraco negro ou se transformar em uma anã branca. Isso ocorre após esgotar o hidrogênio que a alimenta.

No caso de Betelgeuse, se ela estivesse próxima à Terra, haveria um impacto direto e ela poderia aniquilar todo o sistema solar devido à potência da sua explosão. No entanto, como está localizada a uma distância de 725 anos-luz, os cientistas explicam que, quando explodir, será possível ver uma luz intensa e nítida, semelhante à da Lua cheia, atingindo o pico no décimo dia. A partir desse ponto, sua luz começará a desaparecer.

Vale destacar que, segundo um estudo publicado no portal Astrophysical Journal, uma supernova pode ser visível a partir da Terra sem representar perigo mortal se estiver a mais de 150 anos-luz de distância. Já se o fenômeno ocorrer a apenas 40 anos-luz, o planeta seria exterminado.

Fonte: O Globo




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