Velório do Papa: entenda o que é feito para o corpo aguentar tantos dias de funeral


Funeral só no sábado? Corpo do Papa Francisco passou por 'embalsamento moderno' para velório; entenda técnica. Procedimento garante que restos mortais do Pontífice possam ser expostos por dias sem sinais visíveis de deterioração

Vaticano divulga primeiras imagens do corpo de Papa Francisco no caixão — Foto: AFP

Morto na madrugada de segunda-feira, aos 88 anos, Papa Francisco será sepultado apenas dias depois, ao fim de um funeral, no próximo sábado, que vai reunir chefes de Estado do mundo todo e milhares de fiéis no Vaticano. Os católicos poderão dar seu último adeus ao primeiro Pontífice das Américas a partir desta quarta-feira, na Basílica de São Pedro, onde o caixão do líder religioso ficará exposto por três dias.

Logo após a confirmação da morte de Francisco, as autoridades do Vaticano se apressaram para seguir os rituais de despedida do Santo Padre ao mesmo tempo em que colocavam em marcha os procedimentos para preservar o corpo. A preocupação era que o clima úmido de Roma acelerasse a decomposição. Para que pudesse ser velado por dias, o corpo do argentino passou por um moderno embalsamento.


Veja as primeiras fotos do corpo de Papa Francisco no caixão


Antes de ser exposto ao público, o caixão com o corpo de Jorge Mario Bergoglio ficou na capela da residência de Santa Marta, onde ele faleceu vítima de um AVC quase um mês depois de uma longa hospitalização por problemas respiratórios.

O Vaticano publicou, nesta terça, as primeiras imagens oficiais do corpo, vestido com uma casula vermelha e mitra branca, com um rosário entre as mãos, escoltado por dois soldados da Guarda Suíça. As fotos foram tiradas na segunda-feira.

Ao jornal DailyMail, o anatomista da Universidade de Berna Nikola Tomov contou que o Vaticano passou a usar a técnica moderna de preservação do corpo a partir de 1914. O objetivo é garantir que o cadáver possa ser exposto ao público sem visíveis sinais de deterioração. Segundo o diário, o primeiro Papa a passar pelo procedimento foi Pio X, falecido naquele ano.

O processo consiste em abrir as veias do pescoço e/ou da virilha do Pontífice, drenar o seu sangue e aplicar uma mistura de formal, álcool, água e corantes em seu sistema circulatório. De acordo com o jornal, as substâncias então barram bactérias e evitam que o corpo inicie a decomposição.

O Vaticano adotou em definitivo a técnica moderna depois de um contratempo na preservação do corpo do Papa Pio XII, em 1958. Na ocasião, o médico papal Riccardo Galeazzi-Lisi afirmou ter aplicado ao cadáver um método, segundo ele, utilizado para preservar o corpo de Jesus.

A adoção de um saco plástico com ervas e óleos, porém, acelerou a decomposição. Gerou odores tão fortes que os guardas precisavam se revezar a cada 15 minutos para escoltar o caixão.

Desde 1903, com a morte do Papa Leão XIII, os Pontífices não têm mais os órgãos retirados do corpo. Antes disso, era comum que fossem extraídos e guardados como relíquias religiosas. A determinação atual é de manter intacto o corpo do Santo Padre.



Fonte: O Globo



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