Veneciano doa medula óssea e recebe reconhecimento internacional



O veneciano Ricardo Ferreira protagonizou um emocionante ato de solidariedade ao realizar uma doação de medula óssea, se tornando o primeiro doador em nível internacional cadastrado pela ONG Voluntários do Bem.

Ricardo se cadastrou no dia 11 de junho de 2022, durante uma campanha da ONG Voluntários do Bem. Para chegar até o receptor, foi preciso percorrer um longo trajeto. A ONG foi a entidade responsável pela intermediação entre o doador e o banco de medula.

Após dois anos, chegou a notícia tão aguardada. O Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) identificou como possível compatível com um receptor.

Sem hesitar, Ricardo aceitou participar do processo e viajou até o Hospital das Clínicas de Curitiba, referência nacional em transplantes, acompanhado pelo presidente da ONG, Silmar Barbosa Neres, onde teve início o processo de doação.


Procedimento

O procedimento foi realizado por aférese, um método moderno e pouco invasivo que coleta as células-tronco diretamente da corrente sanguínea, muito parecido com o processo de hemodiálise.

De acordo com o presidento da ONG Voluntários do Bem, Silmar Barbosa Neres, é necessário conscientizar a população sobre os mitos que cercam a doação de medula. “Muitos confundem medula óssea com medula espinhal e acham que podem ficar paraplégicos, o que é um equívoco”, explicou. Ele ainda destacou a relevância do cadastro consciente: “Quem se inscreve deve estar realmente disposto a doar, independentemente de quem será o receptor. A partir de agora, a medula do Ricardo vai produzir sangue no organismo de outra pessoa. Eles se tornam irmãos de sangue”, disse Silmar, em tom emocionado.


10 anos de ONG e segunda doação

A ONG Voluntários do Bem celebra em 2025 dez anos de fundação. Desde o início trabalhando de forma voluntária com campanhas de doação de sangue e medula, este foi o segundo transplante que deu certo por meio da entidade.

Além da ONG as campanhas envolvem parceiros como o Hemocentro Regional de São Mateus e a Prefeitura de Nova Venécia. No mesmo sentido, a entidade reforça a importância do engajamento da população, especialmente de jovens entre 18 e 35 anos, no cadastro de doadores.


Dificuldades

Encontrar um doador compatível para transplante de medula óssea é algo muito difícil. O primeiro passo é encontrar doador e receptor com a mesma compatibilidade genética. A chance entre irmãos é de 25%, já a chance de encontrar um doador compatível entre não aparentados é de um a cada 100 mil. Com alguém de outro país, como no caso do Ricardo, as chances são menores ainda: um em cada um milhão.

Atualmente o veneciano Ricardo mora e trabalha no município de Ecoporanga.



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